O projeto “Cunhantã” conquistou o prêmio de Melhor Pitching na 7ª edição do Matapi – Mercado Audiovisual das Amazônias, encerrada na última sexta-feira, 29, no Palacete Provincial, em Manaus. Com a vitória, o projeto garantiu o prêmio de internacionalização oferecido pelo Projeto Paradiso, que inclui participação no Bogotá Audiovisual Market (BAM) 2025.
De Sarah Pimentel e Aruã Oipasam, “Cunhantã” acompanha Cláudia, a protagonista, que descobre um esquema de aliciamento de mulheres indígenas no Amazonas – com homens importantes envolvidos nessa rede.
“Acessamos outros lugares, principalmente Bogotá, que é o principal evento de mercado da América do Sul, então, nós vamos muito felizes para o evento e temos as melhores expectativas para fazer vários contatos”, disse Sarah.
“Participo desde a primeira edição do Matapi e tenho uma grande admiração pela iniciativa, porque acredito que é um evento que só fortalece o nosso mercado”, completou.
Neste ano, antes do evento principal, em novembro, o Matapi realizou ainda o “Lab Amazônias”, um laboratório com o intuito de aperfeiçoar os projetos audiovisuais selecionados.
“O ‘Lab Amazônias’ foi fundamental para a gente entender como financiar o nosso projeto. (…) Os professores foram criando a gente para que nós olhássemos o projeto e percebêssemos que planos de financiamento a gente pode fazer e qual tipo de orçamento é o mais adequado para entrar na região em que estamos localizados, na Amazônia”, reforçou Aruã.
Além de “Cunhantã”, foram premiados, também: “A Colonização do Delírio”, de César Nogueira e Francis Madson, que participará no NordesteLAB 2025; “Omágua Kambeba”, de Ítalo Bruce e Adanilo, integrará o programa FomentaCine; e “10 Minutos”, de Antônio Carlos Júnior, estará no Mercado Audiovisual Centro Oeste (Sapi).
Edição
Em sua 7ª edição, o Matapi contou com quatro dias de programação, que aconteceu no Palacete Provincial. No dia 26 de novembro, o evento recebeu a secretária de Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), Joelma Gonzaga. Ela participou da mesa “Políticas públicas: os rumos do audiovisual brasileiro”, ao lado de Paulo Alcoforado (Ancine) e Maurício Xavier (CGFSA).
Para a secretária, mercados como o Matapi trazem a discussão necessária para as práticas a partir da própria realidade – uma das vertentes do evento. Ela diz entender que o Norte está em um cenário de forte crescimento e que precisa ser ampliado.
“Fazer algo pessoal aqui implica muitas outras coisas, como o custo amazônico, voos, como tem para outras regiões do país. Só que eu acredito que, por outro lado. Tem também uma coisa aqui nessa região que é muito própria, é muito bela, eu falo de respeitar e fomentar as vocações locais […] Eu acho que é um momento que ainda precisa de mais incursionamento, de crescimento, assim como outras regiões do país, acho que a gente está atento, olhando para isso, querendo fomentar o visual da região”, finalizou Joelma.
Lançamento
No segundo dia de Matapi (28), em paralelo às atividades no Palacete Provincial, o evento recebeu o pré-lançamento da Sommos Amazônia, no Casarão de Ideias. Trata-se da primeira plataforma global dedicada à distribuição digital dos conteúdos culturais da Amazônia e à difusão de informação e conhecimento sobre a região.
De acordo com a sócia e diretora de Relações Institucionais da Sommos Amazônia, Yeda Oliveira, a plataforma ajudará a reposicionar a região no mercado global da economia criativa, gerando receita e visibilidade para seus produtores e artistas.
“Como manauara, estou muito feliz em fazer parte dessa iniciativa inovadora e transformadora que, certamente, será um divisor de águas para as culturas da região, gerando receita e visibilidade para os artistas e produtores do território”, acrescentou Yeda.
Com previsão de lançamento para janeiro de 2025, a Sommos Amazônia apresenta oito verticais de conteúdos diversos, que incluem filmes, música, livros, artes, alimentação, notícias e parceiros, além de um marketplace de produtos físicos.
Aula show
Na quinta-feira, 28, os participantes do Matapi tiveram uma experiência única: ao ar livre, eles acompanharam à aula show de Reginaldo Tyson, fundador e diretor técnico da Jungle Grip, empresa líder em locação de equipamentos e serviços de maquinária e elétrica para filmagens na Amazônia. Na ocasião, em pleno estacionamento do Palacete Provincial, Tyson demonstrou o processo de gripagem de um carro.
No universo cinematográfico, a área de maquinária (conhecida como “grip”, em inglês) é responsável por todos os equipamentos utilizados para movimentação e montagem de câmeras. Isso inclui itens como: gruas, dollies, trilhos e tripés, essenciais para garantir a estabilidade e fluidez dos movimentos de câmera em qualquer cena.
“A maquinária é o suporte da direção de fotografia. Então, ela é responsável pela segurança, por todo o equipamento de movimento e fixação no set de filmagem”, destacou Tyson.
“A Amazônia é um ambiente totalmente diferente de outras partes do Brasil. Noventa por cento dos meus trabalhos são em regiões remotas, rios e florestas, então, desenvolvi essa especialidade de trabalhar nesses ambientes, até porque eu sou nativo da Amazônia”, completou.
Ainda na quinta, tivemos a realização da mesa “A presença brasileira nos mercados internacionais”, com a participação de Rodrigo Ribeyro (Cinema do Brasil), Lucas Soussumi (Brazilian Content) e Karen K. Hayashi (ApexBrasil).
Próxima edição
Durante o encerramento, foi anunciado que a 8ª edição do Matapi acontecerá em Belém, sendo a segunda edição do Climate Story Lab Amazônia, que antecederá a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
“Não há uma perspectiva mais forte que está falando de impacto em um momento de crise climática que nós estamos vivendo. (…) Ano que vem, o Brasil será o espaço mais importante do mundo e Belém será um espaço onde as Amazônias precisam estar presentes. Nós precisamos ocupar esse espaço”, finalizou Karla Martins, uma das organizadoras do Matapi.
Sobre o Matapi
Em sua 7ª edição, o marcado do Matapi acontece de 26 a 29 de novembro e traz como tema a internacionalização das produções, juntamente com nomes de relevância nacional e internacional.
O Mercado é um projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo – Chamamento Público para Ações na Área do Audiovisual, do Conselho Estadual de Cultura, Secretaria de Estado de Cultura e Economia do Amazonas, Governo do Amazonas, Ministério da Cultura e Governo Federal. Tem realização da Leão do Norte e Casa Ninja Amazônia, co-realização com o Instituto Audiovisual Em Todos os Eixos, e apoio do Projeto Paradiso, Ibis Styles Sebrae Amazonas, Cinema do Brasil e Brazilian Content.
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