Tuane Silva; 18/01/2023 às 14:00

Livro sobre montagem cinematográfica reúne relatos de profissionais mais relevantes do Brasil

A obra traz relatos de profissionais que trabalham desde o início da trajetória do cinema brasileiro

O livro “Na Ilha: conversas sobre montagem cinematográfica”,  da Editora Paraquedas, é pioneiro em relação ao ofício da montagem cinematográfica no Brasil, reunindo depoimentos de 27 montadores e montadoras que ajudam a dar ritmo ao cinema nacional desde antes do Cinema Novo até filmes recentes, como  “Bacurau”. O livro foi escrito pelo jornalista e documentarista Piero Sbragia a partir de entrevistas feitas pelos montadores e cineastas Julia Bernstein e Vinicius Nascimento, com o apoio do produtor e pesquisador da área Bem Medeiros.

As entrevistas, que deram origem ao filme “Na Ilha” (2020), abordam a montagem como um elemento que representa produto de visões criativas que se chocam e compõem o cinema enquanto arte feita coletivamente. As conversas foram filmadas entre 2014 e 2020, mas cobrem um amplo período da história do cinema nacional. 

Foto: Divulgação

A obra traz relatos de profissionais que vão desde Máximo Barro, montador que trabalhou com filmes do Mazzaropi nos anos 60, até Lucas Gonzaga, que finalizou a cinebiografia de Marighella, lançada nos cinemas em novembro de 2021. De Alberto Tupã Ra’y a Natara Ney, passando também por grandes nomes do cinema nacional,  como Cristina Amaral, Eduardo Escorel, Giba Assis Brasil e Vânia Debs, entre outros. O livro se tornou realidade por meio de um financiamento coletivo que teve 234 pessoas apoiadoras. 

“Estufo o peito para dizer que este é um livro inédito. Não há no Brasil nenhum livro sobre montagem cinematográfica a partir de tantas entrevistas com montadoras e montadores profissionais. No Brasil tem o ‘Cinema e Montagem’, da Maria Dora Mourão e do Eduardo Leone. Fora existem algumas referências teóricas, como ‘Num Piscar de Olhos’, de Walter Murch. Mas não quisemos ser influenciados por livros de teoria da montagem estrangeiros. Apostamos naquilo que Renato Vallone, um dos entrevistados, chama de montagem descolonizada. Falamos de montagem no Brasil e para o Brasil, sem o salvo conduto do estrangeiro”, afirma o autor Piero Sbragia, que organizou as entrevistas feitas por Julia, Vinícius e Bem. 

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