Thaís Andrade; 27/02/2024 às 17:37

Influenciadores e novos espaços na TV aberta

Com as novas tendências de marketing de influência e publicidade, influenciadores digitais estão, cada vez mais, presentes em emissoras de TV

Seguidos de perto por seus públicos e importantes para novos formatos de publicidade, os influenciadores digitais estão, cada vez mais, alcançando diferentes formas de se comunicar, engajar e alcançar mercados.

Exemplo disso é o recente aumento da presença de influenciadores em programas de TV aberta. Em 2020, um dos programas de maior audiência do país, o reality show Big Brother Brasil (BBB), passou a ter como participantes famosos e influenciadores já conhecidos nas redes sociais. 

Atraindo o público online, o BBB20 mostrou como é possível e rentável a aproximação dos mundos da TV e da internet, tanto para marcas e influenciadores, quanto para as próprias emissoras. A edição do programa fez história e entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, como o programa de televisão que recebeu a maior quantidade de votos do público, com 1,5 bilhão de votos no “paredão” que envolvia Felipe Prior, e a cantora Manu Gavassi e a influenciadora Mari Gonzalez.

Da edição número vinte até a atual, diversos outros influenciadores passaram pelo BBB como Bianca Andrade, Rafa Kalimann, Pyong Lee, Viih Tube, Jade Picon, Brunna Gonçalves, Bruna Griphao, entre outros.

Além disso, participantes que conquistaram a audiência se tornaram influenciadores e seguem na emissora como contratados. Alguns exemplos são Fernanda Keulla, Grazi Massafera, Ana Clara, Sabrina Sato, entre outros.

Surfando a mesma onda, o SBT anunciou recentemente novos influenciadores  contratados como Lucas Guimarães, Virgínia Fonseca, Luccas Neto, além de confirmar o “SBT PodNight” que reunirá diversas atrações, incluindo, “Flow” apresentado por Igor Coelho; “Venus” com Yasmin Yassine e Criss Paiva; “PodDelas” com Tata Estaniecki e Bruna Unzueta; “Podcast Papagaio Falante”, com Sérgio Mallandro e Renato Rabelo; e “Inteligência Ltda.” por Rogério Vilela. Como mostra matéria publicada no Mercadizar.com, a estratégia foi inserir sucessos da internet na programação da emissora, em uma comunicação multiplataforma, interativa e moderna.

Mais um exemplo de emissora que utiliza influenciadores digitais em seu elenco é a  RecordTV. Entre os participantes de um de seus programas de maior audiência e popularidade, A Fazenda, estão influenciadores como Nathália Valente, WL Guimarães, MC Mirella, e outros. 

As estratégias proporcionam às emissoras e aos criadores de conteúdo a possibilidade de novos formatos de entretenimento aliados às novas formas de interagir e atender o mercado publicitário presente nas redes sociais, que se movimenta em torno de tendências de consumo e comportamento do público.

Influenciadores e números

O marketing de influência vem demonstrando ser interesse de grandes marcas. De acordo com a “Pesquisa ROI & Influência 2023”, produzida pela Youpix e Nielsen, para 93,75% dos profissionais de diferentes empresas participantes, “trabalhar com influenciadores traz um resultado que nenhum outro tipo de comunicação digital pode trazer”. 

A pesquisa aponta para um crescimento do marketing de influência como pilar estratégico nos planos de comunicação: 78% dos profissionais de multinacionais entrevistados consideram os influenciadores importantes. 

Os dados publicados mostram que o Instagram e os influenciadores são os meios mais considerados na construção de uma campanha, além de afirmar que anunciantes com orçamentos de marketing de influência superiores a R$ 1.5 milhão por ano dobraram de 2021 para 2023.

No Brasil, o potencial para este tipo de marketing e publicidade é grande, tendo em vista o alto consumo de internet e redes sociais pelo público brasileiro.

A pesquisa “Digital 2024: Brazil”, produzida pela We Are Social e Meltwater, afirma que o número de usuários de mídias sociais no Brasil é de 144 milhões. No país, o Instagram tem mais de 134 milhões de usuários, sendo a segunda plataforma mais utilizada, ficando atrás apenas do WhatsApp. Segundo a pesquisa, a terceira principal razão de uso de redes sociais no Brasil é para achar produtos para comprar.

Nesse cenário, os influenciadores digitais funcionam como estratégias de publicidade. Os “creators” influenciam a compra e o consumo de diversos produtos e serviços, além de também criarem produtos autorais para diferentes mercados como livros, linhas de maquiagem, cursos, entre outros.

Com a inserção dos influenciadores nas programações de TV aberta, a oportunidade é de maior interação com os públicos das diferentes plataformas, e maior alcance de influência. 

Com a TV, os influenciadores vão além de seus nichos e passam a ter visibilidade em relação aos telespectadores, de mesmo modo que a sua audiência online – que se mobiliza e engaja nas diversas redes – também passa a consumir as exibições dos canais abertos.

A dinâmica é estratégica para as emissoras, considerando que – para programas como o BBB, que tem a presença de diversos anunciantes e patrocinadores – as redes sociais se tornam importantes para a visibilidade e fortalecimento da imagem não só da emissora, mas dos anunciantes e patrocinadores e dos próprios influenciadores digitais.

 

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