Sofia Lourenço; 21/11/2024 às 17:30

Espetáculo amazonense ‘Desassossego’ ganha destaque em Festival de São Paulo

Obra do Grupo Jurubebas integra o 38º FESTIVALE em São José dos Campos, cuja apresentação acontece nesta quinta-feira, 21

O espetáculo “Desassossego”, do Grupo Jurubebas de Teatro, será apresentado gratuitamente nesta quinta-feira (21), às 19h, no Cine Santana, em São José dos Campos (SP), como parte da programação do 38º FESTIVALE, um dos mais importantes festivais de teatro do Brasil. 

Imagem: Amanda Grzebielucka

O grupo também realizará, em 2025, a circulação nacional do espetáculo, passando por cidades como Boa Vista, Belém, Distrito Federal e Rio de Janeiro; contemplado pelo Bolsa Myriam Muniz de Teatro, realizado pela FUNARTE e Ministério da Cultura, Governo Federal.

A obra busca, de forma poética e sensorial, provocar o espectador sob a forma como a pandemia de COVID-19 afetou e ainda afeta a sociedade brasileira. O dia 21 de janeiro de 2021, data em que a cidade de Manaus ficou sem oxigênio nos hospitais, foi o pano de fundo para a narrativa do espetáculo teatral. 

“Levamos para o palco a nossa própria vivência, entendendo que nossas narrativas tem um pouco de dor, de suor e de luto também”, afirma Felipe Jatobá, diretor e dramaturgo do espetáculo.

Protagonismo indígena

“Desassossego” é protagonizado pelo ator indígena Leandro Paz, Robert Moura e a atriz e arte-educadora trans Nicka. A obra conta ainda com Assessoria Indígena de Maurille Gomes. A peça é conduzida a partir da cosmologia indígena Kokama sob a cobra, que pode representar saúde ou morte dependendo para qual lado ela aponta. 

Partindo dessa premissa, a peça é embalada por ritmos diversos de música e coreografia, num espetáculo que convida o público a se manter ativo durante os quase 60 minutos de duração. “Desassossego” é um espetáculo bilíngue, com dramaturgia em língua portuguesa e língua Kokama.

 

Imagem: Josef Ponciano

“É importante ter esse espaço de protagonismo, falarmos sob a nossa vivência que constantemente é apagada e o espetáculo traz esse resgate e essa possibilidade de falar com os povos originários”, diz Leandro Paz sobre o protagonismo indígena na encenação.

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