Após 11 dias de trabalho com 20 artistas, foi inaugurada a nova fachada do Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B). Neste ano, em sua terceira edição, o projeto transformou o histórico Museu Paraense Emílio Goeldi em uma galeria de arte diversa e representativa a céu aberto.
A iniciativa revitalizou os prédios do Campus de Pesquisa e os muros do Parque Zoobotânico, patrimônio tombado que nunca havia recebido intervenção artística em seus 130 anos de existência

No processo, foram utilizados mais de 1.087 litros de tinta para cobrir os 2.500 metros de parede com imagens inspiradas em coleções e pesquisas do Museu Goeldi.
O consumo corresponde a 174 latas de tinta, sendo 142 de 3,6L e 32 de 18L, em uma mobilização criativa que reforça a escala do projeto e a intensidade do trabalho realizado pelos artistas.
As obras foram iniciadas no dia 16 de setembro e a inauguração aconteceu no último domingo (28) com um festival gratuito, em frente . A experiência deu origem a 19 murais, sendo 17 no Parque Zoobotânico e 2 no Campus de Pesquisa, que permanecem expostos por um ano nas paredes externas do museu.
Cada pintura enriquece os espaços com temas que vão de arqueologia, às heranças afro- amazônicas, aos saberes indígenas e a biodiversidade, estabelecendo um diálogo entre arte, ciência e memória coletiva da região.

Os murais dialogam com o patrimônio das ciências naturais, humanas e da terra, celebrando a riqueza da cultura amazônica e reforçando o papel cultural e ambiental da M.A.U.B como um marco da arte urbana em Belém, às vésperas da COP30.
“Transformar os muros do Museu Goeldi em uma galeria de arte urbana a céu aberto é um gesto histórico para Belém, ainda mais em ano de COP30. Cada mural nasce do respeito à história e ao acervo do museu, mas também da força criativa de artistas de diferentes lugares do Brasil, sobretudo dos paraenses, que traduzem em cores as suas memórias e identidades”, diz Gibson Massoud, fundador da Sonique, realizadora do M.A.U.B.
Os criadores, de Belém e de diferentes partes do Brasil, foram selecionados através do edital que contou com uma curadoria que valorizou tanto a representação da fauna e flora quanto interpretações menos óbvias da biodiversidade amazônica. O processo teve curadoria de William Baglione, fundador do coletivo Famiglia, com quase três décadas de atuação no universo das artes e integrante do M.A.U.B. desde sua estreia, em 2023.
Os 20 artistas que participaram são Alessandro Hipz, And Santtos, Cely Feliz, Kekel, Graf, Wira Tini, Deco Treco, Wes Gama, Ayala, João Nove – Digital Orgânico, Éder Oliveira, Chico Ribeiro, Alex Senna, LENU, Dudi Rodrigues, Dedéh Farias, Amanda Nunes, Dannoelly Cardoso, e a dupla Gabz e Tsssrex.
Antes de iniciarem os trabalhos, os artistas participaram de uma imersão de dois dias no Museu Goeldi, vivenciando de perto coleções e acervos como as cerâmicas marajoaras, as peças tapajônicas e a maior coleção indígena do mundo, guardada no Campus de Pesquisa.
O M.A.U.B é uma realização da Sonique Produções e da Oito Quatro Produções, aprovada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Vale, por meio da Lei Rouanet, e o apoio institucional do Governo Federal e do Ministério da Cultura.
Sobre o M.A.U.B.
O Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B.) é uma grande exposição de Street Art desenvolvida por artistas visuais nacionais e internacionais todos os anos, desde 2023, na cidade de Belém, no Pará. As obras são aplicadas em muros e em fachadas de prédios, transformando qualquer percurso no maior museu a céu aberto do Norte do país, gratuito e acessível a todos.
Com a ocupação do espaço público em busca da democratização da arte, a troca entre diferentes culturas e estímulo do pertencimento local valoriza a memória coletiva, criada a cada edição do M.A.U.B.

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