No dia 25 de setembro, o Brasil celebra o Dia Nacional do Rádio, data que homenageia Roquette-Pinto, considerado o “Pai do Rádio Brasileiro”, e reconhece a importância desse meio de comunicação que, mesmo com a evolução tecnológica, continua sendo um dos mais populares do país. Segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), mais de 80% dos brasileiros ainda escutam rádio regularmente, seja em casa, no trabalho ou durante deslocamentos.
Sua presença nos lares se deve a fatores como a linguagem simples e acessível, o imediatismo das transmissões e sua capacidade de ser compreendido por um público diversificado, independentemente do nível educacional. Na região amazônica, essa relevância se intensifica, sendo um dos principais veículos de informação em áreas de difícil acesso, onde a internet é limitada ou inexistente.
Em entrevista ao Mercadizar, o radialista e jornalista Álex Ferreira, da Rádio BandNews Difusora FM, ressaltou a importância do rádio para as comunidades remotas da Amazônia.
“Apesar de toda a tecnologia, o rádio continua a ser a companhia de quem vive em áreas isoladas. Basta um aparelho e uma antena para que a informação chegue a lugares onde outros meios não conseguem alcançar”, explica Àlex Ferreira, lembrando que o rádio é essencial não só para o entretenimento, mas também para a educação. “Aqui na Amazônia, muitas crianças até estudam pelo rádio”, acrescentou.
A capacidade de reinvenção do rádio ao longo dos anos também é notável. Nos últimos tempos, ele se integrou a plataformas digitais, como podcasts e transmissões ao vivo, sem perder sua essência. “O rádio pode ser feito para a internet, para podcasts, para vídeos. Essa flexibilidade é única e permite que ele continue evoluindo”, comentou o radialista, que vê o rádio como uma mídia versátil em constante adaptação.
Um dos aspectos que mantém o rádio vivo é a proximidade com o público. Álex destacou que a interação com os ouvintes é um diferencial do meio. “A troca entre radialista e ouvinte é especial. Ouvintes discutem, participam e muitas vezes nos enviam mensagens de áudio discordando de uma opinião ao vivo. Essa conexão e respeito mútuo não são vistas em outros lugares”, disse ele.
Durante a entrevista, Álex compartilhou a história de um ouvinte com deficiência visual que prefere o rádio à televisão pela clareza nas descrições. “Esse ouvinte me disse que o rádio descreve as situações de forma objetiva, permitindo que ele imagine o que está acontecendo com mais facilidade do que na TV, onde as imagens às vezes falam mais que as palavras. O rádio tem essa sensibilidade de narrar para todos os públicos”, enfatizou.
Para o Dia Nacional do Rádio, Álex Ferreira deixa uma mensagem especial: “O rádio é imortal. Quem disse que ele acabaria com a chegada da televisão deve estar arrependido hoje. O dia 25 de setembro é dedicado a nós, radialistas, mas principalmente aos ouvintes, que são o nosso combustível para continuar levando informação e entretenimento todos os dias”, finalizou.
Apesar dos avanços tecnológicos, o rádio se destaca como um veículo de comunicação menos vulnerável à crise econômica e menos impactado pela concorrência das mídias sociais. Ao contrário, o rádio tem rejuvenescido seu público ao integrar-se com novos formatos.
Roquette-Pinto via o rádio como uma ferramenta com uma missão maior, capaz de promover inclusão e educação. Em sua famosa citação, ele afirmou: “O rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o animador de novas esperanças; o consolador do enfermo; o guia dos sãos, desde que realizem com espírito altruísta e elevado.”
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