Sofia Lourenço; 20/11/2024 às 09:07

Dia da Consciência Negra: Conheça e apoie artistas e empreendedores negros do Norte

#MercadizarIndica artistas e empreendedores negros do Norte do Brasil, cujas histórias e criações fortalecem a cultura local, promovem a representatividade e impulsionam a economia criativa da região

No dia 20 de novembro, dia nacional da Consciência Negra, é essencial reconhecer e apoiar a rica contribuição cultural de artistas, empreendedores e criadores negros, do Brasil e do mundo. Esses talentos não apenas enriquecem o cenário artístico e literário, mas também impulsionam mudanças na comunicação e publicidade, elevando a representatividade e promovendo a resistência. 

Arte: Mercadizar

Em celebração à data, o Mercadizar destaca criadores negros do Norte do Brasil, cujas produções refletem a riqueza cultural, a resistência e a representatividade da região. Através da música, literatura, publicidade e outras áreas, esses artistas e empreendedores têm contribuído para o fortalecimento da identidade local e a promoção de mudanças significativas no cenário cultural. 

Confira a seguir as indicações de alguns desses protagonistas do Norte e descubra como você pode apoiar seus trabalhos.

Amanda Monteiro

Amanda Monteiro, manauara de 24 anos, é uma criadora de conteúdo audiovisual que se destacou ao transformar publicidade em narrativas criativas e inspiradoras. Formada em Publicidade e Propaganda, iniciou sua trajetória profissional ao explorar a fotografia como hobby. Em 2020, Amanda idealizou o projeto “Desencalha Esse Projeto”, promovendo lives e conteúdos sobre empreendedorismo e criação de conteúdo. Seu trabalho valoriza a autenticidade e a inovação, especialmente em moda acessível e audiovisual, conquistando um espaço único no mercado criativo​. Amanda Monteiro foi vencedora da 11ª edição da premiação PMKT. A influenciadora ficou em primeiro e segundo lugar da categoria “Publi do Ano” com campanhas publicitárias feitas para empresas locais.

Imagem: Reprodução/RedesSociais

DaCota MC

DaCota é um MC e compositor de Manaus, reconhecido como um dos pioneiros do estilo trap na região. Suas rimas retratam vivências nas periferias, trazendo autenticidade ao cenário musical. Além do trap, explora R&B e funk, demonstrando versatilidade e impacto cultural como um artista negro do Norte do Brasil. Também atua como diretor executivo e estrategista no Coletivo 333, um grupo artístico de Manaus que reúne MCs, beatmakers e grupos musicais com o objetivo de fortalecer e dar visibilidade à cena musical da região Norte, especialmente no rap e no trap. 

Imagem: Divulgação

Karen Francis

Karen Francis é uma cantora, compositora e instrumentista natural de Maués, no Amazonas, e criada em Manaus. Ela se destaca no cenário do R&B e afrobeats contemporâneos com influências que vão do rap à música africana e MPB. Seu álbum “Anos Luz” explora temas como negritude, identidade e juventude, misturando ritmos como neo soul e afrobeats. Karen também foi selecionada para o programa YouTube Black Voices em 2023 e participou de grandes festivais, como o Primavera Sound em São Paulo. Karen foi indicada ao Prêmio Multishow 2023 na “Categoria Brasil” com seu single “Cardume”, essa categoria homenageia artistas que se destacam em seus estados e promove votação popular para eleger os finalistas. 

Imagem: Divulgação

Fernanda Fernandes

Fernanda Fernandes, pedagoga manauara de 32 anos, fundou em 2018 a Melanina AM, o primeiro empreendimento voltado para a estética negra no Amazonas. Motivada pela dificuldade em encontrar produtos adequados para pele e cabelos negros, Fernanda criou um espaço que vende itens como géis para cachos, toucas de cetim e maquiagens específicas. Além de promover empoderamento estético e cultural, ela busca fortalecer o afroempreendedorismo no estado, incentivando a comunidade a consumir e valorizar sua identidade negra.

Imagem: Divulgação

Rafa Militão  

Rafa Militão é uma DJ, rapper e produtora cultural manauara, criada na Zona Sul de Manaus, mais especificamente no bairro Betânia. Ela ganhou destaque nacional por sua participação em eventos importantes como o Passo a Paço e o Rock in Rio 2022. No festival carioca, apresentou-se no espaço VIP da Warner Music, reforçando sua relevância no cenário musical brasileiro. Além de DJ, Rafa também constrói uma carreira como rapper, lançando recentemente a faixa “Rainha da Sul”, que celebra sua origem e o potencial da periferia de Manaus. 

Imagem: Divulgação

Éder Oliveira

Éder Oliveira, nascido em 1983 em Timboteua, no Pará, é um artista visual renomado que vive e trabalha em Belém. Formado em Educação Artística pela Universidade Federal do Pará, seu trabalho explora retratos e identidade, com foco no homem amazônico, pessoas marginalizadas e em críticas sociais. Ele utiliza diferentes suportes, como óleo sobre tela e intervenções urbanas. Éder já expôs em locais como a 31ª Bienal de São Paulo e o Museu de Arte do Rio e recebeu prêmios como o Prêmio PIPA Voto Popular em 2017, e o prêmio de arte Lingener, da Alemanha, em 2016.

Imagem: Vanessa Dias

Apoio à Economia Criativa Negra

Para apoiar criadores e artistas, é fundamental consumir seus trabalhos de forma direta, adquirindo livros, músicas e outros produtos, além de assistir a apresentações e compartilhar nas redes sociais. Esse apoio não só amplia sua visibilidade, como também contribui para sua sustentabilidade financeira, seja por meio de compras em lojas online ou participação em campanhas de financiamento coletivo. O envolvimento com projetos como o Melanina AM fortalece a comunidade e impacta diretamente a cultura local.

Além disso, promover conexões é uma maneira importante de ajudar esses artistas a se expandirem. Indicações para eventos, oportunidades de trabalho e outras iniciativas podem valorizar seus talentos. 

A economia criativa no Brasil, especialmente a relacionada à cultura negra, tem mostrado um impacto significativo tanto social quanto economicamente. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o setor cultural e criativo gerou R$ 688,8 milhões em impactos econômicos diretos e indiretos, além de gerar 9.291 postos de trabalho. Além de impulsionar o desenvolvimento econômico, auxilia na inclusão social, geração de empregos e dinamiza as economias locais. 

A participação de empreendedores e artistas negros nesse contexto é crucial, pois, além de contribuir para o fortalecimento de um mercado diversificado e inclusivo, oferece uma representação vital de identidade e diversidade cultural. Além disso, o fortalecimento desses setores pode contribuir para a equidade social e a valorização de práticas artísticas marginalizadas, criando um ciclo de prosperidade que beneficia tanto os criadores quanto as comunidades em que estão inseridos.

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