A obra teatral “A Maravilhosa História do Sapo Tarô Bequê”, escrita pelo dramaturgo Márcio Souza, será apresentada pela Associação dos Artistas Cênicos do Amazonas – Arte e Fato na XIV edição do Circuito de Teatro em Português, em diversos teatros de São Paulo. A companhia amazonense se apresentará em 16 de novembro, às 16h, no Teatro Arthur Azevedo, no bairro da Mooca; em 17 de novembro, às 15h, no Centro Cultural Olido, no Centro da capital; e em 20 de novembro, às 15h, no Teatro Flávio Império, no bairro da Penha.
O espetáculo homenageia o povo Tucano, do Alto Rio Negro, incitando reflexões sobre a humanidade, os perigos da fragmentação e da perda da identidade étnica regional. A obra revela imagens já exploradas pelo teatro e pela mitologia, ressignificando as relações entre os personagens para apresentar uma história emocionante. A montagem conta com apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas.
A cenografia do espetáculo incorpora desenhos rupestres de civilizações anteriores à conquista do “fogo”, com traços antropomórficos e rústicos que acentuam a ritualística da dramaturgia. As cenas apresentam danças antigas e pós-modernas, ritos indígenas e uma viagem por expedições antropológicas. Grafismos e linhas geométricas com paleta de tons terrosos compõem figurinos e acessórios confeccionados por artistas indígenas.
Lendário Amazônico
O diretor do espetáculo, Douglas Rodrigues, define “A Maravilhosa História do Sapo Tarô Bequê” como um conto e uma expressão oral do povo Tucano do Alto Rio Negro.
“É uma espécie de lendário amazônico transformado em dramaturgia, que hoje é uma peça de teatro, considerada uma das peças mais importantes da dramaturgia amazonense. A gente contrapõe a um fardo histórico, geográfico e de dificuldade de dialogar com outras regiões. Então, nesse aspecto, é muito importante estarmos nesses eixos tão importantes para a cultura do Brasil”, celebrou.
Rodrigues ressalta a relevância de temas atuais, como a demarcação de terras indígenas e a luta do movimento negro, no contexto do evento.
“Essas relações estão muito ligadas a esse evento. É a segunda vez que a gente participa com o espetáculo. Eles têm esse olhar sobre a nossa produção, de que não basta termos só espetáculos que têm a visão do branco sobre a cultura, mas a visão do indígena, a visão do Norte nesse coletivo de muitos espetáculos que vão compor esse evento”, completou ele.
Sobre o Evento
O Circuito de Teatro em Português, criado para promover o intercâmbio cultural entre os países de língua oficial portuguesa, destaca a diversidade e as expressões artísticas e linguísticas de cada nação lusófona, como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Além das apresentações teatrais, o Circuito promove shows de dança e música, masterclasses e seminários.
*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.