Tuane Silva; 14/12/2022 às 12:00

Agência Amazônia Real lança série de documentários ‘Ciência na Amazônia’

A série é produzida no âmbito da chamada pública ‘O papel da ciência no Brasil de amanhã’, realizada pelo Instituto Serrapilheira

Foto: Lívia Lemos

A Agência Amazônia Real, com apoio financeiro do Instituto Serrapilheira, lançou a série documental de cinco episódios “Ciência na Amazônia” na última sexta-feira, 9, em seu canal do YouTube. O primeiro episódio, “O homem da natureza”, é sobre a vida e as pesquisas do ecólogo Philip Martin Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). 

Também foram entrevistados para a série a antropóloga e linguista Ana Carla Bruno, do Inpa; o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia; a historiadora Patrícia Melo, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam); e o antropólogo João Paulo Barreto, fundador do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi. Os documentários serão lançados até janeiro de 2023. 

As gravações de “Ciência na Amazônia” foram realizadas durante o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022. No projeto da agência Amazônia Real, os pesquisadores contam como enfrentaram o silenciamento forçado, o negacionismo, os ataques e a falta de recursos para avançar em suas pesquisas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Por diversos momentos fiquei emocionada com eles e elas. São pessoas inspiradoras para a ciência brasileira dentro de suas profissões e que devem ser reverenciadas pelas futuras gerações”, disse a jornalista Kátia Brasil.  

A série “Ciência na Amazônia” é produzida no âmbito da chamada pública “O papel da ciência no Brasil de amanhã”, realizada pelo Instituto Serrapilheira, que apoia projetos jornalísticos investigativos sobre as complexas relações entre a ciência e temas como política, economia, saúde, cultura e políticas públicas.

“Atravessada por questões ambientais, políticas e econômicas, a Amazônia é chave no debate sobre o Brasil de amanhã. Projetos como o ‘Ciência na Amazônia’ são de grande valia ao trazer esses desafios sob a perspectiva de quem faz ciência no território”, comenta Natasha Felizi, diretora de Divulgação Científica do Instituto Serrapilheira.

Aos 75 anos, o norte-americano Philip Fearnside é reconhecido como um defensor da floresta e de seus povos. O pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua participação no Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007. 

No documentário “O homem da natureza”, Fearnside explica como sua pesquisa sobre as emissões de gases do efeito estufa nas obras das hidrelétricas foi determinante para o entendimento de que este tipo de energia é tão impactante ao meio ambiente como os combustíveis fósseis.

“Agora estamos perto daquele ponto de não retorno. O clima pode passar para uma situação onde não tem mais volta. Fica cada vez mais quente, tem mais incêndios florestais, esquentando o solo, tem mais gases. E aí fica fora de controle. A hidrelétrica, emitindo metano, tem esse grande impacto justamente nesses próximos anos, quando precisamos controlar o aquecimento global para não ter essa catástrofe”, diz o cientista.

Participam da produção da série profissionais renomados do audiovisual do Amazonas, como: César Nogueira (cinematografia e montagem), Naila Fernandes (som direto), Valentina Ricardo (coloração) e Heverson Batista, Batata (mixagem do som); além de integrantes da equipe da agência de jornalismo: Elaíze Farias (pesquisa), Alberto César Araújo (pesquisa no acervo de imagem e fotografia); Lívia Lemos (designer e redes sociais), Iris Brasil (produção de conteúdo) e Cristina Camargo (consultora de projeto).

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