Em 2008, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Atualmente, os dados mais aceitos em relação à quantidade de pessoas autistas são os do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão do governo dos Estados Unidos que identificou a prevalência de autismo em 1 a cada 44 crianças de 8 anos. Esses dados foram coletados em 2018 e, quando comparados ao ano anterior, revelaram um aumento de 22%.
De acordo com Francisco Paiva Jr, editor-chefe da Revista Autismo (2021), se os dados citados pelo órgão fossem referentes ao Brasil, o país poderia ter cerca de 4,84 milhões de autistas. No entanto, ainda não existem essas estimativas nacionais no Brasil, apenas estudos pontuais como o realizado no interior de São Paulo, no qual foi avaliada uma amostra populacional de crianças entre 7 e 12 anos de idade e a taxa encontrada foi de 27,2 a cada 10 mil crianças.
O que é o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)?
Segundo o Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, “O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. Esses sintomas configuram o núcleo do transtorno, mas a gravidade de sua apresentação é variável.”
Ainda de acordo com o manual, “o TEA tem origem nos primeiros anos de vida, mas sua trajetória inicial não é uniforme.” Ou seja, o autismo pode surgir em diferentes estágios do desenvolvimento, embora tenha uma prevalência nos primeiros anos. Por outro lado, vale ressaltar que, assim como cada indivíduo é único, dentro do espectro autistas podem desenvolver conjunto de sintomas e características particulares.
Por que é difícil entender que cada pessoa autista é única?
Como indivíduos que fazem parte de uma sociedade com pessoas únicas e diversas, precisamos estar vigilantes em relação às nossas atitudes e pensamentos. Nesse sentido, uma das maiores dificuldades que pessoas autistas enfrentam, além da falta de suporte e políticas públicas, são as ideias capacitistas reproduzidas em muitos espaços, que não só dificultam o esclarecimento sobre esse transtorno, como também impactam diretamente a vida dessas pessoas, funcionando como uma manutenção desse tipo de descriminção. Tais ideias partem do pensamento de que pessoas com deficiências,sejam elas físicas ou mentais, são incapazes.
O fundamento desse tipo de pensamento baseia-se na construção de um padrão corporal e neurológico ideal. Nesse sentido, entende-se que quem não se enquadra neste padrão certamente não está habilitado para desenvolver plenamente suas atividades sociais. Para facilitar a compreensão na prática, separamos 5 ideias capacitistas para você desconstruir sobre o autismo.
- “Autismo é uma doença”
Embora muitas pessoas ainda tenham essa ideia, o Transtorno de Espectro Autista (TEA) é uma condição relacionada ao desenvolvimento do cérebro.
- “Todo mundo é um pouco autista”
A banalização do transtorno traz prejuízo para o avanço das pautas de pessoas autistas, que precisam ser discutidas nos espaços de poder.
- “Autistas são anjinhos”
Atribuir características celestiais a uma pessoa autista, além de desumanizá-la, também contribui para a sua infantilização.
- “Fulano é antissocial, deve ser autista”
Nem sempre a falta de habilidade social está associada a uma deficiência.
- “Você nem parece autista”
Alguns estereótipos reproduzidos nas mídias criam imagens de pessoas autistas que nem sempre representam a realidade. Não se baseie neles!
Que tal acompanhar também produtores de conteúdo autistas?
Em pauta há anos, existem criadores de conteúdo que desmistificam ideias construídas sobre o TEA. Abaixo listamos alguns:
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Introvertendo
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2. Adultos no espectro
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3. Revista Autismo
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4. Pedro Jailson
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5. Bianca Lima
6. Polyana Sá