Produção original da Netflix, Mindhunter estreou em 2017 na plataforma com a proposta principal de estudar o perfil comportamental de serial-killers. 

A série acompanha dois agentes especiais do FBI focados em estudar a Ciência Comportamental, Holden Ford (Jonathan Groff) e Bill Tench (Holt McCallany), auxiliados por uma psicóloga experiente que sempre teve uma carreira na pesquisa, misturando uma visão acadêmica ao trabalho de campo. O trio viaja pelos Estados Unidos para entrevistar criminosos culpados por assassinatos brutais. Com isso, a intenção é fazer a sociedade e, sobretudo, o departamento policial compreenderem que os crimes não são circunstanciais, mas que há muito mais por trás da mente e da vida dos assassinos.

Apesar de ser uma produção criminal, não é como as já conhecidas CSI ou Criminal Minds. Dirigida por David Fincher, a série não tem exageros estéticos e escrachados como sangue, brutalidade ou violência. Na verdade, tudo está por conta dos diálogos. O roteiro, muito bem construído e interpretado, é envolvente. 

Mindhunter não é o tipo de série fácil para assistir, pelo contrário, e não é nem por abordar cenas de crimes e violências, mas por envolver o telespectador psicologicamente e nos exigir muita atenção aos pequenos detalhes – às vezes chega até mesmo a dar a impressão de que nada realmente acontece. 

A 2ª temporada, lançada em 2019, dá continuidade aos últimos acontecimentos da temporada de abertura. No entanto, retorna ainda mais rica e complexa. A trama nos prende tanto que é possível maratonar os 9 episódios de quase 60 minutos num único dia.

A série continua a acompanhar o lento crescimento da atividade do assassino BTK, mas também coloca Tench e Holden no caso dos misteriosos assassinatos em Atlanta, na Georgia. No início da década de 70, uma série de desaparecimentos de meninos negros chamou a atenção do mundo pela sua crueldade e mistério. Vinte e oito meninos desapareceram, vários foram encontrados mortos e alguns estão desaparecidos até hoje. Ao mesmo tempo, o caso se tornou uma forma de levantar discussões sobre a violência racial velada, mobilizando grupos de defesa dos direitos dos negros.