O distrito ribeirinho de Nazaré, no Baixo Madeira, em Porto Velho (RO) , se transformou na fictícia Comunidade do Paraíso, cenário do longa-metragem “A Paleta da Alma”, produção enraizada na identidade regional. A obra é uma das quatro primeiras ficções de longa-metragem do estado de Rondônia e foi viabilizada por recursos da Lei Paulo Gustavo, que tem contribuído para o surgimento de uma nova geração do cinema amazônico.

O filme é feito por rondonienses, se destacando como uma produção carregada de significado e representatividade. Todos os colaboradores da equipe são do estado, incluindo a direção, produção, fotografia, arte, som e roteiro, compondo um time técnico que prova o profissionalismo dos profissionais da região e a preparação para realizar obras de grande impacto.
Além disso, o elenco também é 100% rondoniense, trazendo para a tela a potência interpretativa dos artistas que carregam as vozes, lutas e vivências do Norte.
A narrativa do curta-metragem se firma nos conflitos do dia a dia das comunidades ribeirinhas, abordando temas como ancestralidade, fé, preconceito, ecologia, afetos e resistência, com destaque para personagens e simbologias nascidas da própria floresta.
A produção ainda valoriza a diversidade de corpos e indivíduos, trazendo pessoas LGBTQIAPN+ no elenco e na equipe técnica, reafirmando o compromisso com a representatividade e o enfrentamento das violências simbólicas e estruturais.

Segundo o diretor, Edier William, apesar do orçamento modesto recebido para a dimensão de um longa-metragem, a produção enfrentou os altos custos de logística da região amazônica, como o transporte de equipamentos e pessoas por barco, alimentação em áreas remotas, estrutura de base montadas na floresta e o necessário envolvimento com as dinâmicas comunitárias.
Ainda assim, as gravações foram marcadas por estratégias sustentáveis e pela forte presença da comunidade local em todas as etapas do processo.
De acordo com um dos produtores executivos, Chicão Santos, mais do que utilizar a comunidade como cenário, a produção também buscou integrar a população como parte ativa do processo cinematográfico.
Diversos moradores atuaram diretamente na equipe de produção e arte, contribuindo com saberes, força de trabalho e criatividade. Com isso, a economia local foi movimentada gerando mais de 300 postos de trabalho diretos e renda indiretas para dezenas de famílias.
As filmagens aconteceram durante 30 dias entre setembro e outubro deste ano e o filme tem previsão de ser concluído em meados de 2026. Atualmente na fase de pós-produção, a previsão de finalização é para o segundo semestre de 2026.
“A Paleta da Alma” foi selecionado no Edital 11/2024/Sejucel/Siec/Lei Paulo Gustavo, tem produção Zenital Produções e realização do FEDEC, SEJUCEL, Governo de Rondônia, Ministério da Cultura e Governo Federal.

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