Banzeiro da Esperança chega a Parintins e mobiliza lideranças da Amazônia rumo à COP30
Expedição fluvial leva mensagens da Amazônia ao mundo em jornada cultural e ambiental que conecta povos tradicionais, cientistas e artistas
O barco Banzeiro da Esperança, que partiu de Manaus rumo a Belém, chegou a Parintins nesta quarta-feira (5) trazendo a bordo lideranças ribeirinhas, indígenas, quilombolas, pesquisadores, artistas e jovens da Amazônia.
A expedição fluvial integra um movimento preparatório para a COP30, conferência climática que será realizada em 2025, na capital paraense.
A chegada à Ilha Tupinambarana marcou um dos momentos mais simbólicos da travessia. O grupo foi recebido pelos representantes dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido, que destacaram o papel da cultura popular na defesa da floresta.
“Precisamos ter consciência de que a nossa casa precisa ser protegida — e nossos bois sempre abordam o tema da preservação”, afirmou Fred Góes, presidente do Boi Garantido. Já Erick Nakanome, da Comissão de Arte do Boi Caprichoso, ressaltou a importância do encontro: “É uma honra receber o Banzeiro aqui para conhecer nossa cultura antes da COP. Desejo que essa jornada leve nossas vozes adiante”.
Crédito: Divulgação
Um laboratório vivo sobre a Amazônia
Durante os quatro dias de travessia, o Banzeiro da Esperança se transforma em um laboratório fluvial de trocas e aprendizados. A bordo, os participantes constroem a chamada “Carta da Amazônia”, documento coletivo que reunirá as principais pautas das comunidades tradicionais da região.
A programação inclui rodas de conversa, painéis temáticos, oficinas de protagonismo comunitário e apresentações culturais que celebram a diversidade amazônica.
“Nosso propósito é fortalecer a autonomia e a resiliência das comunidades da Amazônia em um contexto de injustiça climática. O barco traz as vozes das comunidades para o centro do debate”, explicou Raquel Luma, diretora do Instituto Arumã.
Para Carlos Gonçalves, presidente da Associação dos Moradores e Usuários da Reserva Mamirauá (Amurmam), participar da expedição é uma conquista histórica.
“Representar a Reserva Mamirauá nesta viagem é um orgulho. Tudo o que trabalhamos juntos aqui fortalece nossa vontade de lutar e conquistar. Quero levar oportunidades de volta ao meu povo”, afirmou.
Programação
As atividades seguem até o fim de semana, com painéis sobre mudanças climáticas, rodas de conversa com juventudes e mulheres, além de oficinas artísticas e culturais. A programação também inclui a Cerimônia das Águas, o Manifesto da Travessia e um grande show com artistas amazônicos, como Celdo Braga, Denilson Novo Trio e Éder do Acordeon.
Confira os destaques dos próximos dias:
Quinta (6/11): Painel sobre impactos das mudanças climáticas e oficinas de protagonismo comunitário.
Sexta (7/11): Debates sobre soluções locais e juventudes na agenda ambiental.
Sábado (8/11): Síntese dos planos de ação climática da Amazônia e encerramento com agenda cultural.
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