Na imensidão dos rios do Marajó, onde a ancestralidade se entrelaça ao presente, a fotografia “Conexão Ribeirinha” surge como um símbolo da transformação das comunidades amazônicas. Assinada pelo artista caboclo marajoara Josué Castilho, a imagem concorre no Concurso Nacional de Fotografia da ANATEL, trazendo à tona um olhar sensível sobre a relação entre tradição e modernidade.

O registro em preto e branco captura uma senhora ribeirinha em sua canoa – extensão de sua própria identidade – segurando um celular. Nesse pequeno gesto, o rio se converte em estrada digital, e a conexão que se estabelece não é apenas tecnológica, mas também cultural e histórica. As águas, que há séculos carregam histórias, agora transportam vozes e imagens, refletindo o impacto da digitalização em comunidades tradicionais.
A escolha do preto e branco realça os contrastes da cena: a madeira da canoa contra a superfície lisa da tela do celular, a tranquilidade do rio em oposição à velocidade do mundo digital. A fotografia, mais do que uma composição estética, propõe uma reflexão sobre identidade, pertencimento e adaptação.
A votação popular para o Concurso Nacional de Fotografia da ANATEL está aberta, e cada voto representa um apoio à arte e à narrativa das comunidades ribeirinhas. Para votar, acesse o link de votação, disponível no site do Gov.br.
Conhecido por seu trabalho voltado à valorização da cultura amazônica, Josué Castilho apresenta, em Conexão Ribeirinha, um retrato que ressignifica a presença dos povos ribeirinhos na era digital. A obra é um convite à observação e ao reconhecimento de um povo que, sem abrir mão de suas raízes, encontra novas formas de existir e se comunicar.