A partir de dezembro, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Amapá passam a aplicar exclusivamente a vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável, em substituição às doses de reforço administradas anteriormente com a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), conhecida como “gotinha”.
A decisão segue recomendações do Ministério da Saúde, que baseou a alteração em evidências científicas e no avanço tecnológico para garantir maior eficácia na imunização contra a poliomielite.
Essa mudança é parte de um esforço nacional pela recuperação da cobertura vacinal no Brasil, que vinha enfrentando quedas desde 2016. Em 2023, o país saiu do ranking dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo, graças a iniciativas como o Movimento Nacional pela Vacinação, liderado pelo governo federal. Além de incentivar a vacinação, o movimento busca conscientizar a população sobre a importância das vacinas, utilizando estratégias como o envolvimento de figuras históricas como o Zé Gotinha e programas inovadores como o “Saúde com Ciência”, voltado ao combate à desinformação.
De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a ampliação das coberturas vacinais é um marco importante na retomada da confiança da população no SUS e na ciência. A campanha nacional e o empenho dos profissionais de saúde têm sido cruciais para o sucesso das estratégias, que já mostram avanços em 13 das 16 vacinas do calendário infantil, incluindo a VIP.
Investimento e estratégias locais
Para 2023, o governo federal investiu mais de R$ 6,5 bilhões na compra de imunizantes, com previsão de R$ 10,9 bilhões em 2024. Os estados e municípios também receberam R$ 150 milhões anuais para ações de microplanejamento, que permitem personalizar a vacinação de acordo com as necessidades locais. Entre as estratégias estão a realização de Dias D de vacinação, busca ativa de não vacinados e vacinação em escolas e áreas indígenas.
O foco na vacina VIP representa um passo importante para eliminar a circulação do poliovírus no país, alinhando as políticas brasileiras às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina injetável, mais segura e eficaz, contribui diretamente para a erradicação da doença e reforça o compromisso do Brasil em manter suas conquistas na imunização infantil.
Apoio comunitário
No Amapá, as UBSs já estão preparadas para adotar a mudança. Os profissionais de saúde incentivam os pais e responsáveis a atualizar a caderneta de vacinação das crianças, destacando que a imunização é a principal ferramenta para garantir o bem-estar e proteger contra doenças que podem ser prevenidas. A participação da população é essencial para manter as altas coberturas vacinais e assegurar que o Brasil continue como referência em vacinação.