O espetáculo “Faces Distópicas” venceu o prêmio de diversidade cultural Sérgio Mambert, na categoria de grupos coletivos e instituições privadas sem fins lucrativos de natureza ou finalidade cultural LGBTQIAPN+ da região Norte.
A diretora e atriz na peça, Brenn Souza, retrata a história de vida de Fernanda Machado da Silva, assassinada aos 27 anos em 2020, no bairro Preventório, em Rio Branco. O coletivo teatral acreano “Es Tetetas”, representa as várias fases da transfobia e de distopia social, vivenciados por pessoas trans e travestis na sociedade brasileira.
No último sábado (29), foi divulgado o resultado do concurso promovido pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC).
“É um espetáculo que fala sobre um pouco da vivência de Fernanda Machado, que foi uma travesti aqui de Rio Branco, que foi assassinada em 2020, a pauladas na Rua Minas Gerais. E a partir disso, eu, enquanto dramaturga e atriz do espetáculo, decido montar esse texto, essa dramaturgia, em memória de Fernanda e falar sobre a vivência de pessoas trans e travestis na sociedade brasileira. E aí transita entre a loucura, a sanidade, o real e a ficção”, explica ela.
De acordo com Brenn, a peça revela as várias faces da transfobia. Esse é um espetáculo de teatro juvenil e adulto, e tem a classificação indicativa de 16 anos.
Além da direção de Brenn, “Faces Distópicas” tem codireção de Kika Sena, produção de Sarah Bicha, figurino e cenografia feitos pelo Coletivo Es Tetetas, iluminação de Kika Sena, sonoplastia de Bia Berkman e fotos de divulgação de Henrique de Almeida.
A diretora conta que a inscrição da peça que levou a coletiva ao primeiro lugar, aconteceu após amigos indicarem o prêmio. Com isto, o coletivo recebe uma compensação financeira para que elas apresentem seu espetáculo e deem uma oficina de iniciação teatral para a população, de forma gratuita. A oficina para a iniciação teatral acontecerá no dia 24 de agosto e o espetáculo será apresentado nos dias 10 e 17/08, no Teatro Barracão Matias, na Sobral.
“Através da nossa rede amigues, que conhecem o nosso trabalho e história da coletiva para com as pautas LGBTQIAPN+, nos disseram [sobre o prêmio] e foi nesse processo que a gente conseguiu escrever. Já temos data de execução do projeto, inclusive, do espetáculo, é dia 10 e 17 de agosto, com uma oficina para a iniciação teatral no dia 24 de agosto”, explica Brenn.
Coletivo ‘Es Tetetas’
A coletiva é um agrupamento de artistas LGBTQIAPN+ que atua na cena cultural de Rio Branco desde 2018, tendo iniciado suas atividades na Universidade Federal do Acre (Ufac) com estudantes do curso de Artes Cênicas. Este é o primeiro do Acre para a comunidade.
“A Coletiva nasce da necessidade de trazer para o teatro acreano discussões que envolvem a temática LGBTQIAPN+ no intuito de ocupação dos palcos e rua, a partir da ideia de que nada deve ser falado sobre nós, sem nós. Articulando nossas lutas e elaborando estratégias de sobrevivência nos dias atuais”, finaliza.
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