De acordo com uma pesquisa feita pelo Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), entre fevereiro de 2018 a fevereiro de 2019, cerca de 1,6 milhão de mulheres foram agredidas fisicamente. No Amazonas, somente no primeiro semestre de 2019, mais de 13 mil casos, entre lesão corporal e difamação, foram registrados no estado, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP/AM).
Dados como esses são alarmantes e hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, para alertar a sociedade dos casos de violência sofridos pelas mulheres. Além disso, esse dia foi escolhido em homenagem a três mulheres que foram torturadas e assassinadas, neste mesmo dia, a mando de Rafael Trujillo, ditador da República Dominicana.
Abaixo conheça três organizações que buscam dar apoio às mulheres por meio de atendimentos especializados:
A ONG Mapa do Acolhimento foi criada em 2017 a partir da necessidade e urgência de combate à violência contra a mulher no país. Através da plataforma, mulheres que precisam de acolhimento psicológico ou jurídico podem pedir ajuda e terapeutas e advogadas podem se voluntariar, indicando registro profissional e localização.
Lançada em 2018, a Conexões que Salvam é uma parceria da Think Olga com o Facebook, feita com o objetivo de tornar a Internet um espaço seguro para as mulheres. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que 95% dos comportamentos agressivos e difamadores na Internet tenham mulheres como alvo. Entre os ataques mais comuns estão disseminação não consentida de fotos íntimas, ataques coordenados de discurso de ódio e criação de perfis falsos.
A plataforma contém ferramentas para ajudar mulheres que passam por esta situação. Estão disponíveis uma guia para denúncia de casos de violência on-line, um questionário que permite identificar com clareza a situação de violência e um passo a passo de como se proteger no ambiente virtual.
Centro Estadual de Referência e Apoio a Mulher (CREAM)
Vinculado a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), o Centro Estadual de Referência Apoio à Mulher (CREAM) já atendeu 2.788 mulheres, de janeiro a agosto de 2019.
Com objetivo de resgatar e fortalecer a sua cidadania, o CREAM promove um atendimento social, psicológico e jurídico a mulher que sofreu com alguma violência. Composto por uma equipe de profissionais de diversas áreas, o Centro também desenvolve estratégias que visam estimular a autoestima da mulher, a quebra do ciclo de violência e a prevenção de novos casos. Além disso, em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), o CREAM oferece cursos de qualificação para as mulheres.
O Centro Estadual de Referência e Apoio a Mulher fica localizado na Av. Pres. Kenedy, bairro Educandos. Para mais informações, entre em contato por meio do telefone (92) 3624-5370.
Devemos lembrar que, graças a Lei Maria da Penha (Lei 11.340 de 2006), todas as mulheres brasileiras têm o direito de acessar uma rede de serviços públicos criados especialmente para atuar na prevenção e no combate à violência contra as mulheres. Infelizmente, nem todas sabem como eles existem e nem como funcionam. Conheça os nossos direitos:
Ligue 180
O número 180 é a porta de entrada ao atendimento de mulheres em situação de risco em todo o país. O serviço é gratuito, monitora os equipamentos públicos e faz o levantamento dos registros.
Lei Maria da Penha
Criada em 2006 e nomeada em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência do próprio marido durante 23 anos, a Lei 11.340 criminaliza a violência física, psicológica, moral, patrimonial e sexual contra a mulher. Estabelece medidas de prevenção, proteção e o atendimento multidisciplinar gratuito. Além disso, cria os juizados especiais de violência doméstica e familiar.
Atendimento humanizado
Instituído pelo decreto 7.958, de 13 de março de 2013, estabelece diretrizes ao atendimento às vítimas de violência sexual pelos profissionais de segurança pública e da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), como acolhimento, escuta, orientação e fornecimento de informações e transporte para mulheres vítimas de violência.
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