Hilana Rodrigues; 20/05/2021 às 17:00

Inspirada na Amazônia, Sebastião Salgado lança mostra em Paris

São 200 fotografias na exposição imaginada e organizada por Lélia Wanick Salgado, esposa de Sebastião

Como forma de manter a lembrança de uma floresta preservada, o conhecido internacionalmente, fotógrafo brasileiro, Sebastião Salgado, anunciou o lançamento, em Paris, da mostra “Amazônia”, como fruto da viagem que fez durante sete anos por nossa floresta tropical.

Inaugurada nesta quinta-feira, 20, na Filarmônica de Paris, a mostra pretende passar pelo mundo, por cidades como Londres e Roma, além de cidades brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo Salgado, a “Amazônia” é seu trabalho mais pessoal e reivindicativo. Para a mostra tinha intenção de convidar lideranças indígenas na grande inauguração para dar vozes na pauta contra a destruição da floresta e as consequências para o planeta, mas com a pandemia, a presença delas ficou adiada.

Estética imaculada

Acompanhada pela música composta para a ocasião pelo compositor francês Jean-Michel Jarre, um dos pioneiros da música eletrônica, a viagem pelas paisagens amazônicas apresenta um caminho pela penumbra com fotos em preto e branco. O fotógrafo transforma a natureza exuberante em uma arte em que a força reside na estética imaculada do ecossistema que ocupa quase um terço do continente sul-americano e que engloba nove países.

A viagem começa pelas águas do Amazonas e os afluentes que serpenteiam a terra por milhares de quilômetros, os chamados “rios voadores” e as chuvas torrenciais. “A Amazônia é a pré-história da humanidade, o paraíso na terra”, afirmou Salgado na apresentação à imprensa da mostra, que afirma querer despertar “consciências”.

Conscientizando o local de moradia dos primeiros povos, Salgado apresenta, no coração da selva, os dez grupos indígenas com os quais conviveu durante a jornada de sete anos para a realização de seu conhecimento e fotografias. Indígenas yanonamis, marúbos, yawanawás entre outros são apresentados no relacionamento entre as árvores: um lençol branco pendurado ao fundo e um plástico no chão pronto para ser enrolado após a irrupção de uma chuva. Alguns se vestem para a ocasião, pintando o corpo e usando um cocar de penas.

São 200 fotografias na exposição imaginada e organizada por Lélia Wanick Salgado, esposa de Sebastião. As fotos acompanham, além das músicas de Jarre, arquivos sonoros da Amazônia que estão no Museu de Etnografia de Genebra. “Nem Salgado nem eu queríamos música ambiente ou exclusivamente étnica. Uma floresta é muito barulhenta, tem sons independentes, não é como uma orquestra”. Disse o compositor.

Fonte: G1 Amazonas

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