Com as fibras da bacaba, uma palmeira nativa da Amazônia, a artesã Neide Garrido produz mandalas como verdadeiras obras de arte sustentáveis.

Moradora da Comunidade do Tumbira,  se dedica ao artesanato há 17 anos como fonte de sustento. Dona Neide, como é conhecida na região, é irmã dos também conhecidos artesãos Manoel Garrido e Izolena Garrido, que também trabalham em prol da floresta.

“Começamos a pensar nesse tipo de material quando vimos que as pessoas vinham para cá e não tinham nada para vender, nenhum produto. E fomos estudando os gostos, o que as pessoas queriam e percebemos que elas gostavam muito daquilo que era produzido dentro da Reserva, porque tem algo significativo, uma ligação com a floresta, sabe?”, conta Neide sobre o início da produção.

Com o sucesso das peças, Neide e a família chegaram a enviar produções para a Alemanha e Estados Unidos, até chamar a atenção da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que a incluiu em um projeto para comercializar as produções.

A artesã afirma que o crescimento dos negócios também ajudou a impulsionar outros artesãos e as comunidades do entorno do Tumbira, visto que, ao pesquisar sementes para a produção das peças, houve uma divulgação de outros produtores e projetos.

Superação na pandemia

Com a pandemia e o isolamento social, Neide não tinha para quem vender e precisou suspender as encomendas de matéria-prima. Reclusa em casa, ela aproveitou para criar novas peças com o estoque que já tinha em mãos.

“Não sabia se ia vender, nem para quem eu ia vender, mas eu continuei produzindo. As vendas caíram muito e desde o início da pandemia até o início desse ano, nós só conseguimos vender 25% de tudo aquilo que vendemos em 2019. Graças a Deus, algumas pessoas continuaram encomendando, e isso nos ajudou a manter o serviço”, falou.