Mercadizar; 18/06/2019 às 17:15

Comunidade LGBT+ no mercado da comunicação: Publicidade

Essa semana, o Mercadizar conversou com publicitários sobre a representatividade LGBT+

Apesar da crescente representatividade da comunidade LGBT+ na publicidade, ainda há muito o que melhorar para que, de fato, essa parcela da população se sinta realmente representada. Pesquisa realizada pela startup Todxs aponta que a diversidade na publicidade não chega nem a 0,5% nas propagandas brasileiras.

O levantamento analisou mais de sete mil anúncios da TV e do Facebook e demonstrou que a representatividade LGBT+ subiu de 0 para 0,47%, mas que esse número sofreu uma queda, chegando a marca de 0,33%.

Dando continuidade ao especial que busca valorizar a comunidade LGBT+ do mercado da comunicação amazonense, desta vez conversamos com três profissionais da publicidade amazonense. Confira:

Formado em Publicidade pelo Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Gustavo Sill é Diretor de Arte da The White Publicidade . Em entrevista ao Mercadizar, Gustavo falou sobre a fase atual da publicidade.

(Reprodução/Arquivo pessoal)

“Acho ótimo a fase que estamos vivendo, onde em grandes marcas já se pode ver a presença de lgbts. As vezes é difícil dizer se essa representatividade ou posicionamento é genuíno ou é só uma surfada na onda da militância. Mas mesmo assim é válido por estar colocando isso em pauta. Em Manaus isso é bem precário. Às vezes pela própria marca e muitas pelas próprias agências que ainda tem receio de tocar nesse ponto.”, disse Gustavo.

Produtora freelancer da Tempera Filmes e dona da agência Culture Publish, Dyne Haacke falou sobre preconceito no mercado de publicidade.

(Reprodução/Arquivo pessoal)

“Tenho sorte de que mesmo que eu trabalhe cercada por homens na minha profissão, eu nunca tenha sofrido discriminação. Vez ou outra acontecem uns comentários que sei que não são ditos de forma preconceituosa, mas que acontecem por algo cultural, comentários e pensamentos que estamos lutando para mudar.

Além disso, a produtora falou sobre o posicionamento da marca de cosméticos O Boticário.

“Eu sou bem fã dos comerciais da O boticário, por razões óbvias. Já assisti um vídeo nas redes sociais no qual um senhor xinga a equipe que ta gravando um comercial para empresa, então assim, a empresa que dá essa cara a tapa, não uma, nem duas, nem três vezes, mas muitas, faz toda diferença e merece todo respeito.”

Com um currículo extenso no ramo da publicidade, atualmente, Priscilla Leão trabalha como Inteligência de Mercado no Grupo 4 Mares e falou sobre a dificuldade para a mídia abordar a pauta LGBT+ no dia a dia.

(Reprodução/Arquivo pessoal)

“Apesar da mídia abordar o assunto de maneira imparcial, é uma pauta difícil pois diverge opiniões. Não são todos os veículos que tem estrutura para abordar o assunto, se aproveitam de matérias ‘travesti foi morto’ mas não dizem ‘travesti dá dicas de investimentos’. A causa LGBT+ é marginalizada pela ignorância.”

Para ela, a solução para uma publicidade que represente a comunidade é justamente uma comunicação diversifica e compartilhou o post do Meio & Mensagem que mais lhe agrada.

https://www.instagram.com/p/ByG-lfzgwQ-/?igshid=12id28k01eaym

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