Em dezembro de 2020, o Mercadizar em parceria com a produtora audiovisual Oro Creators lançaram o primeiro episódio da websérie de contos urbanos “o que é arte?”, através das perspectivas de seis artistas do polo marginal de Manaus. Após três meses do primeiro lançamento, a parceria entre o portal de comunicação e a produtora resultou em mais um episódio do projeto, desta vez, reunindo artistas de São Paulo, Bahia e Amazonas.
Buscando construir uma aliança cultural entre as regiões, por meio da união dos representantes da arte marginal de cada estado, nesta segunda parte, participam do episódio, os artistas visuais e paulistanos Leiga e Ciro Schu, a cantora e compositora baiana Duquesa e o rapper amazonense Ian Lecter.
Para Ian, o projeto ressalta a importância de artistas de diferentes regiões estarem juntos compartilhando suas experiências e explica também que iniciativas como essa funcionam para além de conexões culturais como mediações que proporcionam encurtamento de distâncias no sentido amplo da palavra .
“Eu vejo o projeto como uma oportunidade de não só fazer conexão ou estreitar laços, mas de fato se aliar no sentido de que arte, onde quer que ela seja produzida neste território, que é imenso e diverso, é arte do Brasil. E nesse contexto, eu vejo essa iniciativa mediando isso. Uma galera que é do Amazonas e de São Paulo, fazendo com que a arte de outros lugares, principalmente a do norte, chegue em outros espaços, rompendo as barreiras da invisibilidade que impuseram na gente. Por mais que a gente seja diferente em relação aos costumes, falamos a mesma língua. Então quanto mais ficarmos nessa de separar, perdemos o que temos de mais rico aqui, que é justamente nossa diversidade.”
Neste episódio focado não só na visão sobre o que é arte, mas também sobre como ela influenciou para a construção da vida de cada um. O artista visual Leiga, que já expôs seu trabalho em países como Estados Unidos, França e Alemanha, aponta: “Se não fosse a arte, com certeza eu nunca teria a possibilidade de viajar o mundo, como eu viajo ou fazer e vender trabalhos fora. Eu acho que a artes plásticas, a arte urbana, a street arte, para nós que viemos da periferia, é a primeira opção ou talvez até a única, por que muitos artistas oriundos da periferia não tem acesso a galeria, grandes escolas. Então, quando o jovem dessas periferias começa a pichar, é o primeiro contato que ele tem com o mundo da arte.”
A gravação do segundo episódio aconteceu no Atelier Quimera dos artistas Ciro Schu e Diego Santovito. Assista abaixo:
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