O artista manauara Rodrigo Braga está participando da nova exposição do Fonte, ateliê coletivo e espaço para exposições localizado em Pinheiros (SP), que recebe a mostra “A Fonte deságua na Floresta” a partir do dia 27 de julho. A exposição tem como ponto de partida a interdependência entre água e floresta enquanto metáfora para a rede que se forma entre os projetos artísticos Fonte e Biblioteca-Floresta.
Celebrando os 10 anos do Fonte, a curadoria selecionou 18 artistas com histórico de ateliê ou residência em ambos os espaços, nacionais e internacionais, em uma ampla cartografia. O grupo de artistas aqui envolvidos desafia a “monocultura da mente”, propondo uma policultura que se traduz em iniciativas como exposições coletivas, residências artísticas, compartilhamento de ateliês, festividades e apoio mútuo.
Rodrigo Braga, que esteve em residência em Fonte em 2015, irá expor duas fotografias que exploram o carvão como elemento chave da industrialização e o vermelho como símbolo do sangue da força de trabalho. Suas obras refletem as complexas relações entre a modernidade e a exploração, destacando o impacto humano e ambiental da busca incessante do progresso.
Abrangendo linguagens diversas como fotografia, pintura, vídeo, performance, instalação e objeto, as obras expostas discorrem sobre as complexas relações entre modernidade, questões socioambientais, colonização, espiritualidade e a urgente necessidade de sonhar a floresta. A exposição também destaca a importância do convívio comunitário e do respeito com todos os existentes para a preservação dos ciclos da água, da vida e da arte.
Rodrigo Braga
Nascido em Manaus em 1976, logo mudou-se para Recife, onde graduou-se em Artes Plásticas pela UFPE (2002). Atualmente, vive entre Rio de Janeiro e Paris. Trabalhando com ações performáticas ou construções manuais diretamente em paisagens naturais ou mesmo encontrando seu interesse em torno da natureza em espaços urbanos, seu corpo intervém em seu entorno ou algumas vezes também é parte das imagens. Relações existenciais e conflitivas entre o homem em seu meio são assuntos de sua produção. Interessa-se por elementos materiais e seus amplos significados simbólicos, abordando a ética difícil entre a humanidade e suas formas controversas de criar sistemas de extração, modificação e indução da natureza.
Expondo desde 1999, Braga foi nomeado a diversos prêmios internacionais e recebeu alguns dos principais prêmios para arte contemporânea do Brasil, a exemplo do Prêmio Marcantonio Vilaça Funarte 2009, do Prêmio PIPA 2012 e do Prêmio MASP Talento Emergente 2013. Em 2012 participou da 30ª Bienal Internacional de São Paulo. Um ano depois, exibiu a obra Tônus no Cinema do MoMA PS1 em Nova York. Em 2016, realizou uma exposição no Palais de Tokyo (Prêmio SAM Art Projects), Paris. Possui obras em acervos particulares e institucionais no Brasil e no exterior, como MAM-SP, MAM-RJ e Maison Européenne de La Photographie – Paris.
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