Véspera de feriado tem ‘Sebastião’ no Teatro Gebes Medeiros
Espetáculo do Ateliê 23 encerra temporada nesta quarta-feira, 30
Nesta véspera de feriado, quarta-feira, 30 de abril, tem sessão de “Sebastião”, espetáculo do Ateliê 23 que é sucesso de público e de crítica, no Teatro Gebes Medeiros (avenida Eduardo Ribeiro, 937, Centro), às 20h. A classificação é de 18 anos.
Os ingressos estão disponíveis por R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada), no perfil da companhia no Instagram (@atelie23) e no site Shopingressos.com.br. Pessoas com deficiência têm acesso gratuito e estudantes, idosos e acompanhantes de PcDs pagam meia-entrada, conforme lei estadual. No dia das apresentações, os bilhetes são vendidos uma hora antes do início do espetáculo.
“Essas temporadas aqui são muito importantes porque mostram a força do que está acontecendo no nosso teatro. O teatro amazonense está rodando bastante e o público faz parte disso, somos gratos a tudo que acontece nessa nossa relação”, afirma Taciano Soares, diretor do Ateliê 23 e do espetáculo, ao lado de Eric Lima.
Em cena, Taciano Soares interpreta a drag Carmencita e reforça a importância de honrar a memória da obra que nasceu a partir do livro do estilista Bosco Fonseca, “Um Bar Chamado Patrícia”. Ele destaca que são histórias reais que aconteceram durante nove anos da ditadura militar em Manaus.
Imagem: Vitor Dias
“Essas drag queens fizeram um movimento de resistência, para que pudéssemos contar, estar em cena, falar sobre, com muita liberdade que temos hoje, e honrar quem veio antes de nós. Hoje estamos no palco e temos visto que isso tem ressoado em outros lugares, outros bares que existiram em outras cidades, como lugares de resistência, numa forma que o movimento encontrou para criar os seus refúgios”, pontua o ator.
Memórias
Francis Madson, Andiy, Elias Difreitas, Jorge Sabóia e José Holanda compõem o elenco da peça junto com Taciano Soares e Eric Lima. Eles dão vida a sete drag queens, Carmencita, Little Drag, Chica, Angel, Vênus, Lady Sinty e Sebastiane, que trazem números musicais e depoimentos emocionantes ao longo de 1h30 de apresentação.
“Sebastião” tem experiências dos atores como homens gays e temas como homofobia entre outros diferentes tipos de violência. O título da obra é uma referência a São Sebastião e a versão sobre o santo para que ele tenha se tornado um patrono da comunidade LGBTQIAPN+ e mártir gay contemporâneo, como afirma o historiador Richard Kaye.
A banda do espetáculo é formada por Guilherme Bonates, responsável pela produção e direção musical com Eric Lima e Taciano Soares; Luana Aranha no baixo, Mady na guitarra, Bruno Rodriguez no teclado e todos assinam os arranjos das músicas. Nos streamings de áudio estão disponíveis “Toda La Noche”, “Baby Gay”, “Sou Todo Amor” e “Glowria”.
Público
Imagem: Vitor Dias
A bióloga Danielle Ferreira foi assistir ao espetáculo pela primeira vez nesta temporada. Ela destaca que acompanhar tantas histórias, contadas com tanta força e autenticidade, fez pensar e admirar ainda mais a arte como forma de resistência e expressão.
“A peça é intensa, sensível e necessária, os diferentes atos em palco representaram o lado cômico das suas vidas, mas também representaram sua identidade, a luta para seu reconhecimento e sua resistência. As cenas de abuso sofrido pelos personagens foram dolorosas, mas importante para dar visibilidade a realidades que muitas vezes são ignoradas”, comenta Danielle Ferreira.
O técnico administrativo João Amorim já viu a montagem seis vezes e sempre leva mais alguém para conhecer. Ele explica que é motivado pela vivacidade do espetáculo que toda vez o emociona e muda algum detalhe, o que torna cada sessão única e especial.
“É sempre completo. Lembro que, ao entrar no teatro pela primeira vez, já imergi totalmente na ambiência de bar, com o cheiro de cigarro forte, músicas pop, disco dos anos 80, as drag queens andando e interagindo entre si de forma viva, me senti inserido de imediato”, detalha o técnico administrativo.
“Mas o que mais me impactou foi o fato de todo esse conjunto contar histórias reais, hoje eternizadas. As bionarrativas dão um peso enorme, porque, a partir do momento que o público tem o conhecimento que foram honradas memórias de pessoas reais, cria-se um respeito absoluto pelo espetáculo, pelas pessoas que foram homenageadas e por todo o movimento de luta que a peça prega”, destaca João Amorim.
Circulação
“Sebastião” encerra a quinta temporada com a casa cheia, característica desde a estreia, em novembro de 2024. Além do Teatro Gebes Medeiros, o espetáculo do Ateliê 23 foi apresentado no Teatro Amazonas e participou do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília e do Festival de Curitiba, onde foi aplaudido por mais de cinco minutos pelo público em todas as sessões.
O figurino da montagem tem assinatura de Andiy, Eric Lima e Francis Madson. A equipe tem ainda Daphne Pompeu na dramaturgia com Eric Lima e Taciano Soares, Emily Danali e Lacruz na assistência de produção, Lore Cavalcanti e Paulo Martins na iluminação e Manuella Barros na assessoria de imprensa.
O projeto é uma realização do Ateliê 23, com apoio do Itaú Cultural, através do Programa Rumos, do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e Ministério da Cultura, via Fundação Nacional de Artes (Funarte).
*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.
*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.