Poliany Rodrigues; 03/12/2024 às 15:14

Projeto alia biotecnologia para inovar na produção de mudas in vitro da Amazônia

O projeto é apoiado pelo Programa Centelha Amazonas 2, uma parceria entre a Fapeam e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)

Foto: Ayrton Lopes/Fapeam

Pesquisadores em Manaus estão utilizando a biotecnologia para produzir mudas de espécies nativas da Amazônia com alta qualidade e uniformidade, atendendo aos setores agroflorestal, medicinal e ornamental. Essa iniciativa, desenvolvida com o apoio do Governo do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), faz parte do projeto “Biotecnologia 4.0: Biofábrica de Plantas in vitro”. 

A proposta visa acelerar a produção de mudas de espécies de alto valor econômico, como pau-rosa, copaíba, sucuúba e jucá, superando a velocidade dos métodos tradicionais.

Coordenado por Daniel da Silva, doutor em Biotecnologia e Biodiversidade e fundador da empresa Magnus Amazônia, o projeto utiliza a técnica de micropropagação, um método de clonagem em escala industrial. Essa tecnologia possibilita a produção de milhares de mudas geneticamente idênticas, livres de doenças e em tempo reduzido.

“A micropropagação é uma técnica de multiplicação de plantas em ambiente controlado. Fragmentos de uma planta-mãe são cultivados em condições assépticas em meios enriquecidos com nutrientes e hormônios, o que estimula a formação de novas plantas”, explicou Daniel, que também é pós-doutor em Ciências de Florestas Tropicais pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Impactos e benefícios

A produção de mudas por biotecnologia contribui para a recuperação de áreas degradadas, conservação da biodiversidade e geração de renda para comunidades locais. Além disso, o uso de espécies nativas impulsiona a economia regional e estimula o desenvolvimento de produtos com alto valor agregado.

Entre os principais benefícios da micropropagação estão: a uniformidade genética, a resistência das mudas, a rapidez dos métodos que permite uma produção em larga escala em um curto período, acelerando processos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, e a conservação de espécies ameaçadas.

Parcerias

A Magnus Amazônia mantém colaborações com instituições como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Inpa, integrando alunos de pós-graduação dos cursos de biotecnologia e ciências florestais aos projetos. Essa interação fortalece a inovação e a aplicação de novas tecnologias na bioeconomia regional.

Sobre o Programa Centelha

O Programa Centelha Amazonas 2 é uma parceria entre a Fapeam e a Finep, com o objetivo de estimular o empreendedorismo inovador. O programa oferece capacitações, recursos de subvenção econômica e bolsas para fomentar o desenvolvimento de produtos, serviços e processos inovadores. Além disso, incentiva a criação de empresas de base tecnológica, transformando ideias em empreendimentos capazes de incorporar novas tecnologias a setores estratégicos do estado.

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