A jovem Graziela Yaci Santos, do povo Karapãna, faz história no esporte brasileiro. Primeira indígena a integrar a seleção brasileira de tiro com arco nos Jogos Pan-Americanos de Lima, a atleta participou da Copa do Mundo de Tiro com Arco – etapa de Auburndale, realizada nos Estados Unidos entre os dias 6 e 15 de abril, na categoria recurvo, tradicional nas Olimpíadas.

Yaci foi eliminada na fase inicial do torneio individual, em sua estreia na competição. Já na disputa por equipes femininas, o Brasil encerrou sua participação nas quartas de final. Apesar dos resultados, a presença de Grazi reforça a importância da diversidade e da representatividade no cenário esportivo internacional, além de marcar mais um passo significativo em sua trajetória como atleta de alto rendimento.
Com mais de uma década de dedicação ao esporte, Yaci já representou o Brasil em importantes competições, como as seletivas para os Jogos Olímpicos de Paris. Agora, com foco nos próximos desafios, ela mira um alvo ainda maior: os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028.
“Fomos com o objetivo de conquistar a melhor pontuação possível. Infelizmente, não conseguimos avançar, mas estou muito feliz pela oportunidade e pela experiência. A equipe fez um bom trabalho e continuaremos nos dedicando para as próximas competições”, afirmou a arqueira.
Nascida na comunidade Kuanã, na zona rural de Manaus (AM), dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, Yaci iniciou sua trajetória no projeto “Arquearia Indígena”, coordenado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco).
Atualmente, ela mora no Rio de Janeiro e treina no Centro de Treinamento de Tiro com Arco, em Maricá, onde segue firme em sua caminhada rumo ao topo do pódio.
A valorização da cultura indígena por meio da atleta representa um avanço significativo no reconhecimento das tradições e identidades dos povos originários. Como a primeira mulher indígena a integrar a seleção brasileira de tiro com arco e competir em uma Copa do Mundo, Grazi simboliza a força e a resiliência das mulheres indígenas. É o que destaca a supervisora da Agenda Indígena da FAS, Rosa dos Anjos.
“Sua participação não é apenas uma conquista pessoal, mas uma vitória coletiva que traz visibilidade à cultura indígena, mostrando que tradições e esportes modernos podem coexistir. Grazi simboliza a conexão com a ancestralidade e a importância de preservar essas culturas. Sua presença na competição inspira jovens a se envolverem com suas raízes e promove o respeito e a valorização dos povos indígenas. Cada flecha lançada por ela é um passo em direção a essa valorização”, enfatizou Rosa.
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