
Faleceu na última segunda-feira (26), aos 63 anos, em Manaus, o cantor e compositor Paulo Onça, uma das vozes mais marcantes do samba amazonense e figura respeitada no cenário nacional. Paulo Juvêncio de Melo Israel — o Paulo Onça — estava internado há cinco meses no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), após ser brutalmente agredido em uma briga de trânsito ocorrida em dezembro de 2024.
Natural de Manaus, Paulo Onça começou sua trajetória no samba ainda adolescente, aos 16 anos, embalado pela paixão, pelo ritmo e pela vivência nos bairros da capital amazonense. Com talento precoce e sensibilidade única, se firmou como um dos principais nomes da música popular do Amazonas, produzindo ao longo de mais de quatro décadas mais de 130 composições que expressam a alma e as raízes culturais da região.
Seu primeiro grande destaque veio em 1990, com o samba-enredo “Nem Verde e Nem Rosa”, que garantiu à escola de samba Vitória Régia o título do Carnaval de Manaus. No mesmo ano, seu nome ultrapassou os limites locais com o samba para o Salgueiro, no Rio de Janeiro, que homenageava Parintins e ficou em 7º lugar no desfile carioca. A composição foi assinada em parceria com Quinho e Mestre Louro.
Em 2017, Paulo Onça assinou ao lado de outros compositores, o samba-enredo “Ivete do Rio ao Rio”, da Acadêmicos da Grande Rio, em homenagem à cantora Ivete Sangalo. O desfile foi um dos mais celebrados daquele ano no Carnaval do Rio, abrindo portas e solidificando sua posição como compositor respeitado no cenário do samba brasileiro.
Além dos sambas-enredo, Paulo Onça teve composições interpretadas por grandes nomes da música nacional, como Jorge Aragão, Leci Brandão, Zeca Pagodinho, Dudu Nobre e o grupo Exaltasamba. Entre os sucessos, destacam-se:
- “Feitio de Paixão” – Jorge Aragão
- “Cartilha de Amor” – Exaltasamba / Royce do Cavaco
- “Tributo a Parintins” – Leci Brandão
- “Cheiro do Mato (Chegou a Hora)” – Chico da Silva
- “Boi de Deus” – Klinger Araújo
Figura generosa, Paulo Onça também foi parceiro de muitos artistas locais e nacionais, deixando sua marca em projetos coletivos e composições que celebram a cultura popular, o amor e a luta do povo amazônida.
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