Sofia Lourenço; 25/11/2024 às 18:00

Mulheres e sustentabilidade na Amazônia são tema da 8ª edição do Emflor

Evento na Ufam discutirá ecofeminismo, equidade de gênero e soluções sustentáveis para os desafios da região, com entrada gratuita e ampla programação

Entre os dias 4 e 6 de dezembro, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a 8ª edição do Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor) promoverá debates sobre gênero, ecofeminismo e sustentabilidade na Amazônia. Com entrada gratuita, a programação interdisciplinar envolve academia, sociedade civil e movimentos sociais.

Imagem: Divulgação

Na programação, há uma conferência magna, mesas-redondas, rodas de conversa, painéis temáticos, palestras, apresentações culturais, shows, feira de produtos de mulheres da economia solidária e apresentações de trabalhos científicos. 

O objetivo do encontro é promover uma série de diálogos interdisciplinares entre academia, movimentos sociais, sociedade civil e órgãos públicos, colocando em pauta a desigualdade de gênero na Amazônia, além de propor soluções socialmente sustentáveis.

 

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“O evento visa conscientizar sobre a necessidade urgente de proteger a Amazônia e, em particular, as mulheres desta região, que são desproporcionalmente afetadas pelas crises climáticas e ambientais. Altas secas e cheias obrigam essas mulheres e suas famílias a se deslocarem para cidades próximas, enfrentando sérios riscos. O ecofeminismo é apresentado como uma estratégia de organização e pertencimento, baseado em uma ancestralidade que preza pelo cuidado com as pessoas, a terra, a floresta e as águas”, comenta a professora doutora e liderança do Gepos, Iraildes Caldas Torres.

Os temas abordados no Emflor também ganharão destaque durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no próximo ano, em Belém (PA). Pois, de acordo com um relatório da ONU Mulheres, aproximadamente 80% das pessoas deslocadas pela mudança climática e por desastres naturais são mulheres ou meninas. Por isso, é necessário uma ampla mobilização para tentar diminuir esses índices alarmantes e pensar, em conjunto, soluções para essa temática.  

Segundo a professora Iraildes, o ecofeminismo une a igualdade de gênero com a proteção do meio ambiente e é uma estratégia de organização, e pertencimento, “baseada em uma ancestralidade que preza pelo cuidado com as pessoas, a terra, a floresta e as águas da Amazônia”.

O Emflor aborda a desigualdade de gênero presente em todos os aspectos da sociedade, com base no quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), focado na Equidade de Gênero.

 

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“O Encontro busca evidenciar as disparidades entre mulheres e homens em termos de papéis sociais, representações e os desafios enfrentados por mulheres em situações de desigualdade. Essas desigualdades vão além do âmbito do trabalho e salário, abrangendo o acesso limitado às políticas públicas e a espaços de poder, bem como a sub-representação feminina no campo da ciência e no parlamento brasileiro, refletindo uma relação de poder desigual baseada na discriminação de gênero”, explica Caldas.

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