Entre os dias 4 e 6 de dezembro, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a 8ª edição do Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor) promoverá debates sobre gênero, ecofeminismo e sustentabilidade na Amazônia. Com entrada gratuita, a programação interdisciplinar envolve academia, sociedade civil e movimentos sociais.
Na programação, há uma conferência magna, mesas-redondas, rodas de conversa, painéis temáticos, palestras, apresentações culturais, shows, feira de produtos de mulheres da economia solidária e apresentações de trabalhos científicos.
O objetivo do encontro é promover uma série de diálogos interdisciplinares entre academia, movimentos sociais, sociedade civil e órgãos públicos, colocando em pauta a desigualdade de gênero na Amazônia, além de propor soluções socialmente sustentáveis.
“O evento visa conscientizar sobre a necessidade urgente de proteger a Amazônia e, em particular, as mulheres desta região, que são desproporcionalmente afetadas pelas crises climáticas e ambientais. Altas secas e cheias obrigam essas mulheres e suas famílias a se deslocarem para cidades próximas, enfrentando sérios riscos. O ecofeminismo é apresentado como uma estratégia de organização e pertencimento, baseado em uma ancestralidade que preza pelo cuidado com as pessoas, a terra, a floresta e as águas”, comenta a professora doutora e liderança do Gepos, Iraildes Caldas Torres.
Os temas abordados no Emflor também ganharão destaque durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no próximo ano, em Belém (PA). Pois, de acordo com um relatório da ONU Mulheres, aproximadamente 80% das pessoas deslocadas pela mudança climática e por desastres naturais são mulheres ou meninas. Por isso, é necessário uma ampla mobilização para tentar diminuir esses índices alarmantes e pensar, em conjunto, soluções para essa temática.
Segundo a professora Iraildes, o ecofeminismo une a igualdade de gênero com a proteção do meio ambiente e é uma estratégia de organização, e pertencimento, “baseada em uma ancestralidade que preza pelo cuidado com as pessoas, a terra, a floresta e as águas da Amazônia”.
O Emflor aborda a desigualdade de gênero presente em todos os aspectos da sociedade, com base no quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), focado na Equidade de Gênero.
“O Encontro busca evidenciar as disparidades entre mulheres e homens em termos de papéis sociais, representações e os desafios enfrentados por mulheres em situações de desigualdade. Essas desigualdades vão além do âmbito do trabalho e salário, abrangendo o acesso limitado às políticas públicas e a espaços de poder, bem como a sub-representação feminina no campo da ciência e no parlamento brasileiro, refletindo uma relação de poder desigual baseada na discriminação de gênero”, explica Caldas.
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