Gavião Kyikatejê Futebol Clube lança campanha em busca de conscientização e patrocinadores
Primeiro time de futebol profissional composto por jogadores indígenas questiona expressão ‘time de índio’, em filme criado por coletivo de criativos
O Gavião Kyikatejê Futebol Clube, o primeiro time de futebol profissional do Brasil formado por jogadores indígenas, lançou uma iniciativa que visa o letramento da população brasileira e a atração de patrocinadores. A campanha foi criada por um grupo de publicitários brasileiros, que se uniu voluntariamente em prol do time e sua causa.
Imagem: Divulgação
Fundado em 2009, o Gavião Kyikatejê cumpre todas as normas da CBF para que seja considerado profissional, mas nunca teve patrocinadores oficiais. A iniciativa abre cotas de patrocínio e convida marcas a apoiarem o time por meio de ações de marketing esportivo.
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“Estamos em busca de empresas dispostas a investir no time. Isso vai nos ajudar a melhorar a estrutura e a qualidade de vida dos atletas e da comunidade da aldeia Kyikatejê”, explica Zeca Gavião, o primeiro indígena brasileiro a concluir o curso superior em Futebol e presidente do time indígena.
O coletivo se reuniu depois que um conhecido técnico de futebol da Série A se referiu aos indígenas de forma inapropriada para fazer uma alusão à desorganização de seu time em campo. A frase “não é um time de índios”, causou controvérsia e estampou manchetes de jornais.
Embora tenha se desculpado publicamente, a fala do técnico expôs um problema recorrente no discurso público: a falta de letramento em relação aos povos originários do Brasil.
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Os criativos Victor Toyofuku, Yohanna Ioshua e Henrique Louzada convidaram Thiago Balma, sócio-produtor executivo, e Luiz Whately, diretor de cena associado da produtora Balma Films, para desenvolver a campanha para promover o time indígena e questionar antigas ideias, levando o público a uma reflexão sobre o tratamento dado aos indígenas até hoje no Brasil.
“O Gavião já fez história sozinho, com o próprio esforço. Contamos a história deles como uma homenagem e para impulsionar o time a voar ainda mais longe”, comenta Victor Toyofuku.
Para Thiago Balma, “o Gavião ter um time de atletas indígenas e não ter nenhum apoio institucional é um reflexo do quão distantes estamos do tema inclusão no futebol”.
Ao percorrer caminhos criativos, o grupo foi envolvendo outros parceiros para participar do projeto. Filmado em 16mm pela Balma Films, o filme ganhou cenas de animação produzidas pela Dirty Work e trilha produzida pela Bumblebeat. A finalização foi um trabalho da pós-produtora Cuadro Post. Todos os envolvidos atuaram de maneira pró-bono, ou seja, de maneira voluntária e sem remuneração.
Juntos, profissionais e produtoras buscaram a consultoria e o aval do cacique Zeca Gavião (Pepkrakte Jakukreikapiti Ronore Konxarti), líder da aldeia Kyikatejê e presidente do Gavião Kyikatejê Futebol Clube, para a realização do projeto.
Os diretores de animação, Faga Melo e Gustavo Leal, fizeram uma imersão na história da etnia Kyikatejê para contribuir com elementos que representassem a aldeia, suas simbologias e lendas – como a do próprio Gavião, que dá nome ao time. Com o intuito de aproximar o público da etnia, algumas cenas do filme foram pintadas à mão.
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“Ao criar uma narrativa paralela por meio da animação, buscamos adicionar uma camada mística que contrastasse com o documental das imagens captadas”, contextualiza Leal. “Contando sobre a lenda, fizemos a jornada do herói. Essa foi a forma que encontramos para transmitir a força desse time. Queremos que o espectador sinta a energia Kyikatejê para realmente compreender quem são esses atletas”, conclui Faga.
“Ao contarmos a história do Gavião Kyikatejê, damos visibilidade ao time e tratamos os povos originários com o devido respeito”, finaliza Luiz Whately, diretor de cena da Balma Films.
Ficha Técnica
O filme pode ser assistido através do Youtube:
Idealização: Victor Toyofuku
Direção: Luiz Whately
Criativos: Victor Toyofuku, Henrique Louzada, Yohannã Ioshua e Lucas Pimenta
Liderança indígena: Zeca Gavião
Consultora indígena: Karina Puri
Produtores Executivos: Thiago Balma e Niry Usha
Planejamento estratégico: Rafael Della Rosa
Head de produção: Juliana Sigolo
Assistente de produção: Marina Rohnik
Direção de Fotografia: Caio Humb
Assistente de Câmera: Daniel Oliveira
2ª Unidade de Câmera e foto still: Madson Kokinire
Coordenação de pós-produção: Felipe Andriolo
Composição: Francinaldo Lemos
3D e motion: Guilherme Mourão
Motion: Lucas Pimenta
Colorista: Acauan Pastore
Editor: Luiz Whately
Produtora de Animação: Dirty Work
Produtor Executivo: Ito Andery
Gerente de Contas: Larissa Virco
Direção: Gustavo Leal, Faga Melo
Direção de Produção: Jéssica Sales
Storyboard: Felms
Animatic: Jefferson Lima
Direção de Arte: Felms
Ilustração: Felms
Pinturas: Thiago Biazzoto, Gustavo Leal, Carol Guimarães
Tipografias: Gustavo Leal, Felms
Direção de Animação: Jefferson Lima
Animação Tradicional: Jefferson Lima, Felms, Robson Medeiros, João Maurício, Geovani Ângelo, Bruno Leal, Gustavo Pereira, Lucas Moraes
Cleanup: Julia Balthazar, Danilo Cheng, Alan Valentim, Ana Carolina Couto, Rafaela Gomes, Bruno Leal, Daiane Mateus
Composição: Caique Moretto, Pedro Fernandes e Christopher Rocha (oito:olhos)
Produtora de Som: Bumblebeat
Direção Musical: Lucas Sfair, Henrique Tanji
Coordenação de Produção: Luisa Hackett
Supervisão Musical: Equipe Bumblebeat
Produção Musical e Finalização: Equipe Bumblebeat
Sound Design: Pedro Osinski
Outros Créditos
Conteúdo: Ludmilla Florencio
Pôster: Felms
Fotografia Still: Edu Pimenta
Artista Digital: Moreira Studio
Resenha Digital: Giba Zurita
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