O espetáculo de dança “Cavalas”, idealizado por Alana Falcão e Ana Brandão, desembarca no Pará em janeiro para uma temporada cheia de performances e oficinas gratuitas.
A turnê paraense começa em Belém, onde a dupla ministra a oficina “Doses Cavalares” entre os dias 8 e 10 de janeiro, das 9h às 12h, na Escola de Teatro e Dança da UFPA, e apresenta “Cavalas” nos dias 9 e 10, às 15h e 19h, no Espaço Experimental de Dança. Para participar basta se inscrever através do formulário online, disponível no perfil do instagram do espetáculo.
Já em Alter do Chão, o Centro Cultural Banzeiro recebe as artistas para novas oficinas – incluindo a turma infantil “Doses Cavalinhas” – e apresentações entre os dias 14 e 17. O destaque fica para a Noite de Variedades, no dia 17, que reunirá o espetáculo, o Grupo de Carimbó do Banzeiro e artistas locais. Para participar basta se inscrever através do formulário online, também disponível no perfil do instagram do espetáculo.
A produção, que já percorreu festivais e teatros pelo Brasil desde sua estreia em 2023, utiliza movimentos intensos e uma narrativa de autoficção para explorar a feminilidade, os paradoxos da vida e o encontro entre o animal e o humano. Com apoio da Bolsa Funarte de Dança Klauss Vianna 2023, as apresentações e atividades têm o objetivo de aproximar o público da experiência artística e reflexiva proposta pela obra.
Criado ao longo de dois anos, “Cavalas” tem inspirações diversas, como o conto “As coisas que perdemos no fogo”, da escritora argentina Mariana Enríquez, e a técnica Fighting Monkeys, focada em improvisação e dinâmicas corporais.
Ana Brandão lembra que, durante o período de isolamento, havia participado com Alana de um curso online com a artista grega Linda Kapetanea, que desenvolveu esta pesquisa de movimento que utiliza tarefas e jogos.
“Nesses estudos, acabamos percebendo que havia algo sendo criado ali. E fomos adentrando em histórias de um feminismo que flerta com o gênero do terror, em encontros entre macabros e encantadores”, completa ela.
A narrativa incorpora elementos do terror, da mitologia e da dança contemporânea, propondo um diálogo sobre liberdade, cuidado e as múltiplas facetas do feminino. O processo criativo também destaca o simbolismo do cabelo e a relação com a figura do cavalo, trazendo uma dramaturgia rica e provocativa.
Além do impacto visual, a obra envolve uma equipe técnica que potencializa sua complexidade. Alana e Ana lideram a direção e coreografia, enquanto profissionais como Lais Machado, Diego Gonçalves e Bernardo de Oliveira contribuem com dramaturgia, iluminação e cenografia.
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