Sofia Lourenço; 07/01/2025 às 16:00

Da Bahia, espetáculo de dança ‘Cavalas’ chega ao Pará

Com atividades gratuitas, obra protagonizada e dirigida por Alana Falcão e Ana Brandão faz temporada em Belém e Alter do Chão, acompanhada de oficinas para adultos e crianças

O espetáculo de dança “Cavalas”, idealizado por Alana Falcão e Ana Brandão, desembarca no Pará em janeiro para uma temporada cheia de performances e oficinas gratuitas. 

A turnê paraense começa em Belém, onde a dupla ministra a oficina “Doses Cavalares” entre os dias 8 e 10 de janeiro, das 9h às 12h, na Escola de Teatro e Dança da UFPA, e apresenta “Cavalas” nos dias 9 e 10, às 15h e 19h, no Espaço Experimental de Dança. Para participar basta se inscrever através do formulário online, disponível no perfil do instagram do espetáculo.

Já em Alter do Chão, o Centro Cultural Banzeiro recebe as artistas para novas oficinas – incluindo a turma infantil “Doses Cavalinhas” – e apresentações entre os dias 14 e 17. O destaque fica para a Noite de Variedades, no dia 17, que reunirá o espetáculo, o Grupo de Carimbó do Banzeiro e artistas locais. Para participar basta se inscrever através do formulário online, também disponível no perfil do instagram do espetáculo.

Imagem: Cristiane Fernandes

A produção, que já percorreu festivais e teatros pelo Brasil desde sua estreia em 2023, utiliza movimentos intensos e uma narrativa de autoficção para explorar a feminilidade, os paradoxos da vida e o encontro entre o animal e o humano. Com apoio da Bolsa Funarte de Dança Klauss Vianna 2023, as apresentações e atividades têm o objetivo de aproximar o público da experiência artística e reflexiva proposta pela obra.

Criado ao longo de dois anos, “Cavalas” tem inspirações diversas, como o conto “As coisas que perdemos no fogo”, da escritora argentina Mariana Enríquez, e a técnica Fighting Monkeys, focada em improvisação e dinâmicas corporais. 

Ana Brandão lembra que, durante o período de isolamento, havia participado com Alana de um curso online com a artista grega Linda Kapetanea, que desenvolveu esta pesquisa de movimento que utiliza tarefas e jogos. 

 

Imagem: André Amorim

“Nesses estudos, acabamos percebendo que havia algo sendo criado ali. E fomos adentrando em histórias de um feminismo que flerta com o gênero do terror, em encontros entre macabros e encantadores”, completa ela.

A narrativa incorpora elementos do terror, da mitologia e da dança contemporânea, propondo um diálogo sobre liberdade, cuidado e as múltiplas facetas do feminino. O processo criativo também destaca o simbolismo do cabelo e a relação com a figura do cavalo, trazendo uma dramaturgia rica e provocativa.

Imagem: André Amorim

Além do impacto visual, a obra envolve uma equipe técnica que potencializa sua complexidade. Alana e Ana lideram a direção e coreografia, enquanto profissionais como Lais Machado, Diego Gonçalves e Bernardo de Oliveira contribuem com dramaturgia, iluminação e cenografia.

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