O 66º Festival Folclórico do Amazonas anunciou o Boi de Manaus vencedor de 2024. O Boi Corre Campo ficou em primeiro lugar na competição folclórica e cultural. As apresentações ocorreram nos dias 26 e 27 de julho, no Sambódromo de Manaus, que foi palco das disputas entre os seis bois-bumbás amazonenses.
No dia 26, se apresentaram os bois Clamor de um Povo, Brilhante e Galante de Manaus, e no dia 27, foi a vez dos bois Tira Prosa, Corre Campo e Garanhão. Conheça mais sobre os bumbás:
Boi Clamor de um Povo
Fundado por Domingas Matos em 16 de janeiro de 1996, o Boi Clamor de um Povo começou como um grupo de dança em arraiais e festivais de Manaus. Em 2001, evoluiu para uma tribo folclórica e, em 2015, tornou-se oficialmente boi-bumbá. O touro branco, adornado com um cocar na testa, simboliza essa transformação e a continuidade do legado.
Sob a liderança de Wallace Wando e Alessandra Oliveira, o Clamor de um Povo, que conta com mais de 200 integrantes, preserva com dedicação a memória de sua fundadora.

Boi Brilhante
Criado em 1982 no bairro da Praça 14 de Janeiro, o Boi Bumbá Brilhante teve seu nome decidido por sorteio entre amigos. Fundado e ainda presidido por Vilson Santos Costa, conhecido como Coca, o Brilhante é considerado o último bumbá da linhagem tradicional dos bois de rua de Manaus. A agremiação foi legalizada em 23 de março de 1982, marcando seu início oficial. O boi de pano foi confeccionado com a colaboração de toda a comunidade, estreando no Festival de Manaus em 1999.
Em 2006, o Brilhante mudou sua cor de touro branco malhado para marrom, diferenciando-se do rival Corre Campo, que é branco. A mudança foi bem aceita pelo público, fortalecendo ainda mais a identidade do bumbá. A atual sede do Brilhante está localizada na zona Leste, no bairro São José, onde se prepara para as apresentações.

Boi Galante de Manaus
Fundado em 1993 por um grupo de amigos no bairro Zumbi dos Palmares, na Zona Leste, o Galante de Manaus foi criado inicialmente para entretenimento local, mas rapidamente foi inserido no Festival Folclórico do Amazonas, ganhando destaque por suas performances vibrantes. Anos depois, o curral do boi foi transferido para o bairro Praça 14 de Janeiro, onde permanece até hoje. Na testa, o boi carrega o estado do Amazonas e sua bandeira.
Inspirado pelos bois Caprichoso e Garantido, o boi Galante adotou a cor branca, definida por sorteio. O nome “Galante” foi escolhido em homenagem ao boi Galante de Parintins, que marcou a infância de alguns colaboradores que moraram na cidade. Sob a liderança de Gilson Nascimento, o Galante cresceu e tornou-se um movimento, representando não apenas os residentes do bairro onde foi fundado, mas atraindo um público muito mais amplo. Com 31 anos de tradição, o Boi Galante é conhecido como o “Tricolor da Praça 14”, destacando-se no cenário cultural de Manaus.

Boi Tira Prosa
Fundado em 13 de maio de 1945, o Tira Prosa é um dos bois-bumbás mais antigos de Manaus. Criado por Francisco Santiago de Oliveira (Tutu), José Ribamar Ferreira (Zeca Pepira), Raimundo Ferreira de Oliveira e Alberto Ferreira Martino (Mestre Alberto Orelhinha), o boi começou sua trajetória na Avenida Leopoldo Peres, no “Imboca”. A partir de 1950, foi liderado pelos irmãos Rock e Lucilo Mesquita, e, posteriormente, por Raimundo Guanabara, Lauro Chibé e Antônio Barroso.
Em 1976, o Tira Prosa se destacou ao colaborar com o Gres Andanças de Ciganos, utilizando sua batucada como bateria para o desfile de carnaval, demonstrando a interconexão entre grupos folclóricos. Atualmente, sob a liderança de Ronaldo Matos, que interpreta Mãe Catirina no auto do boi, o Tira Prosa continua a ser um símbolo importante de preservação da identidade local.

Boi Corre Campo
Criado em 1º de maio de 1942, o Corre Campo se destaca como um dos grupos folclóricos mais antigos de Manaus e o terceiro mais antigo do Amazonas. Fundado no bairro Cachoeirinha por Astrogildo Santos, Wandi Santos, Dionísio Gomes, Mauro Santos e Antônio da Silva, o boi nasceu após o encerramento do Garrote Tira Teima. O nome “Corre Campo” foi escolhido por Wandi Santos e suas cores – vermelho, branco e marrom – foram inspiradas no mapa do Brasil, com um desenho característico na testa do boi.
Tradicionalmente conhecido por suas apresentações nas ruas, o Corre Campo é o atual hexacampeão de Manaus. Ao longo das décadas, o grupo tem se adaptado às mudanças, mantendo sua essência e relevância no cenário folclórico. Em constante rivalidade com os bois Brilhante e Garanhão, o Corre Campo mantém viva a sua garra e competitividade.

Boi Garanhão
Fundado em 16 de junho de 1991, o Boi Garanhão, também conhecido como “Boi da Cidade Alta”, nasceu no bairro Educandos, zona Sul de Manaus, inspirado nos bumbás Garantido e Caprichoso de Parintins. O nome “Garanhão” foi escolhido em homenagem ao Garantido, enquanto a cor preta do boi faz referência ao Caprichoso. A combinação de verde e branco é uma homenagem à Eco 92, a Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento daquele ano. Com 33 anos de história, o boi já levou cerca de 1.300 participantes ao Festival Folclórico do Amazonas, refletindo o orgulho e o trabalho árduo de sua comunidade.

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