Thaís Andrade; 30/07/2024 às 14:22

Bois de Manaus: Boi Corre Campo vence o 66º Festival Folclórico do Amazonas

Os bois Clamor de um Povo, Brilhante, Galante, Tira Prosa, Corre Campo e Garanhão se apresentaram no último fim de semana, no Sambódromo de Manaus

O 66º Festival Folclórico do Amazonas anunciou o Boi de Manaus vencedor de 2024. O Boi Corre Campo ficou em primeiro lugar na competição folclórica e cultural. As apresentações ocorreram nos dias 26 e 27 de julho, no Sambódromo de Manaus, que foi palco das disputas entre os seis bois-bumbás amazonenses.

No dia 26, se apresentaram os bois Clamor de um Povo, Brilhante e Galante de Manaus, e no dia 27, foi a vez dos bois Tira Prosa, Corre Campo e Garanhão. Conheça mais sobre os bumbás: 

Boi Clamor de um Povo

Fundado por Domingas Matos em 16 de janeiro de 1996, o Boi Clamor de um Povo começou como um grupo de dança em arraiais e festivais de Manaus. Em 2001, evoluiu para uma tribo folclórica e, em 2015, tornou-se oficialmente boi-bumbá. O touro branco, adornado com um cocar na testa, simboliza essa transformação e a continuidade do legado.

Sob a liderança de Wallace Wando e Alessandra Oliveira, o Clamor de um Povo, que conta com mais de 200 integrantes, preserva com dedicação a memória de sua fundadora.

Foto: Divulgação/Reprodução

Boi Brilhante

Criado em 1982 no bairro da Praça 14 de Janeiro, o Boi Bumbá Brilhante teve seu nome decidido por sorteio entre amigos. Fundado e ainda presidido por Vilson Santos Costa, conhecido como Coca, o Brilhante é considerado o último bumbá da linhagem tradicional dos bois de rua de Manaus. A agremiação foi legalizada em 23 de março de 1982, marcando seu início oficial. O boi de pano foi confeccionado com a colaboração de toda a comunidade, estreando no Festival de Manaus em 1999.

Em 2006, o Brilhante mudou sua cor de touro branco malhado para marrom, diferenciando-se do rival Corre Campo, que é branco. A mudança foi bem aceita pelo público, fortalecendo ainda mais a identidade do bumbá. A atual sede do Brilhante está localizada na zona Leste, no bairro São José, onde se prepara para as apresentações.

Foto: Divulgação/Reprodução

Boi Galante de Manaus

Fundado em 1993 por um grupo de amigos no bairro Zumbi dos Palmares, na Zona Leste, o Galante de Manaus foi criado inicialmente para entretenimento local, mas rapidamente foi inserido no Festival Folclórico do Amazonas, ganhando destaque por suas performances vibrantes. Anos depois, o curral do boi foi transferido para o bairro Praça 14 de Janeiro, onde permanece até hoje. Na testa, o boi carrega o estado do Amazonas e sua bandeira.

Inspirado pelos bois Caprichoso e Garantido, o boi Galante adotou a cor branca, definida por sorteio. O nome “Galante” foi escolhido em homenagem ao boi Galante de Parintins, que marcou a infância de alguns colaboradores que moraram na cidade. Sob a liderança de Gilson Nascimento, o Galante cresceu e tornou-se um movimento, representando não apenas os residentes do bairro onde foi fundado, mas atraindo um público muito mais amplo. Com 31 anos de tradição, o Boi Galante é conhecido como o “Tricolor da Praça 14”, destacando-se no cenário cultural de Manaus.

Foto: Secom

Boi Tira Prosa

Fundado em 13 de maio de 1945, o Tira Prosa é um dos bois-bumbás mais antigos de Manaus. Criado por Francisco Santiago de Oliveira (Tutu), José Ribamar Ferreira (Zeca Pepira), Raimundo Ferreira de Oliveira e Alberto Ferreira Martino (Mestre Alberto Orelhinha), o boi começou sua trajetória na Avenida Leopoldo Peres, no “Imboca”. A partir de 1950, foi liderado pelos irmãos Rock e Lucilo Mesquita, e, posteriormente, por Raimundo Guanabara, Lauro Chibé e Antônio Barroso.

Em 1976, o Tira Prosa se destacou ao colaborar com o Gres Andanças de Ciganos, utilizando sua batucada como bateria para o desfile de carnaval, demonstrando a interconexão entre grupos folclóricos. Atualmente, sob a liderança de Ronaldo Matos, que interpreta Mãe Catirina no auto do boi, o Tira Prosa continua a ser um símbolo importante de preservação da identidade local. 

Foto: Divulgação/Reprodução

Boi Corre Campo

Criado em 1º de maio de 1942, o Corre Campo se destaca como um dos grupos folclóricos mais antigos de Manaus e o terceiro mais antigo do Amazonas. Fundado no bairro Cachoeirinha por Astrogildo Santos, Wandi Santos, Dionísio Gomes, Mauro Santos e Antônio da Silva, o boi nasceu após o encerramento do Garrote Tira Teima. O nome “Corre Campo” foi escolhido por Wandi Santos e suas cores – vermelho, branco e marrom – foram inspiradas no mapa do Brasil, com um desenho característico na testa do boi.

Tradicionalmente conhecido por suas apresentações nas ruas, o Corre Campo é o atual hexacampeão de Manaus. Ao longo das décadas, o grupo tem se adaptado às mudanças, mantendo sua essência e relevância no cenário folclórico. Em constante rivalidade com os bois Brilhante e Garanhão, o Corre Campo mantém viva a sua garra e competitividade.

Roberto Carlos/Secom e Divulgação/Agremiações Folclóricas

Boi Garanhão

Fundado em 16 de junho de 1991, o Boi Garanhão, também conhecido como “Boi da Cidade Alta”, nasceu no bairro Educandos, zona Sul de Manaus, inspirado nos bumbás Garantido e Caprichoso de Parintins. O nome “Garanhão” foi escolhido em homenagem ao Garantido, enquanto a cor preta do boi faz referência ao Caprichoso. A combinação de verde e branco é uma homenagem à Eco 92, a Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento daquele ano. Com 33 anos de história, o boi já levou cerca de 1.300 participantes ao Festival Folclórico do Amazonas, refletindo o orgulho e o trabalho árduo de sua comunidade. 

Foto: Secom

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