Poliany Rodrigues; 10/03/2025 às 14:00

Ateliê 23 apresenta ‘Sebastião’ pela primeira vez no Teatro Amazonas

A sessão única do espetáculo acontece no dia 16 de março, às 18h

As drag queens Carmencita, Little Drag, Chica, Angel, Vênus, Lady Sinty e Sebastiane sobem, pela primeira vez, ao palco do Teatro Amazonas, no Centro Histórico de Manaus, no dia 16 de março, para apresentar “Sebastião”, espetáculo do Ateliê 23 que se destacou em festivais internacionais de teatro pelo Brasil. A sessão única começa às 18h, com classificação indicativa de 18 anos.

Os ingressos estão disponíveis por R$ 80 (plateia e frisas), R$ 60 (1º pavimento), R$ 50 (2º pavimento) e R$ 40 (3º pavimento), podendo ser adquiridos no perfil da companhia no Instagram (@atelie23), no site shopingressos.com.br e nas Óticas Diniz. Pessoas com deficiência têm acesso gratuito, e estudantes, idosos e acompanhantes de PcDs pagam meia-entrada, conforme a legislação estadual. Os assentos das frisas e camarotes serão ocupados por ordem de chegada.

“Será um dia inesquecível e belíssimo, com as nossas drag queens tomando conta do maior palco de nossa cidade”, afirmou Taciano Soares, que divide a direção do espetáculo com Eric Lima.

Foto: Divulgação

Segundo o diretor, levar “Sebastião” ao Teatro Amazonas tem um forte simbolismo, pois coloca no palco corpos historicamente excluídos desse espaço, discutindo identidades LGBTQIAPN+ e resistência durante a ditadura militar.

“É importante lembrar que, há poucos anos, manifestações de matrizes africanas e indígenas começaram a protagonizar espetáculos no nosso maior palco. Agora, estamos chegando com drag queens e uma companhia da cidade para contar uma história da nossa própria cidade”, comentou Taciano, que interpreta Carmencita.

Novo single

A apresentação de “Sebastião” no Teatro Amazonas também marca o lançamento do single “Toda La Noche” nas plataformas digitais. Essa é a terceira música da trilha sonora do espetáculo disponível em serviços de streaming, que já conta com “Baby Gay” e “Sou Todo Amor”.

“Baby Gay” registrou 3.405 reproduções, 790 ouvintes e foi adicionada a 44 playlists, alcançando 1.777 reproduções apenas na primeira semana de lançamento.

Enredo

Além de Taciano Soares e Eric Lima, o elenco conta com Francis Madson, Andiy, Elias Difreitas, Jorge Sabóia e José Holanda. Juntos, eles dão vida a sete drag queens que resgatam memórias da década de 1970, diretamente do Bar Patrícia, o primeiro reduto gay de Manaus.

Foto: Divulgação

Inspirado no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, do estilista Bosco Fonseca, o espetáculo mescla experiências pessoais dos atores como homens gays com temas como homofobia e diversas formas de violência. O nome da peça faz referência a São Sebastião, trazendo uma nova interpretação de sua história, que o posiciona como patrono da comunidade LGBTQIAPN+.

Eric Lima conta que a ideia de criar “Sebastião” surgiu em 2021, após o grupo amazonense ser alvo de crimes de ódio, homofobia, sorofobia e racismo. Ele relembra que, ao gravar o videoclipe “Glowria” dentro da Igreja de São Sebastião – com autorização dos responsáveis –, a simples presença de corpos gays afeminados gerou uma onda de ataques por parte de fiéis conservadores.

“A obra, que foi criada para chamar atenção para essas questões, acabou se tornando vítima dos preconceitos que denunciava. Isso nos fez perceber a urgência do debate. Em resposta a esses atos de violência, o Ateliê 23 decidiu se manifestar da melhor forma que sabe: através da arte”, explicou o ator.

Ficha técnica

A banda de “Sebastião” é composta por Guilherme Bonates, responsável pela produção e direção musical ao lado de Eric Lima e Taciano Soares, além de Luana Aranha (baixo), Mady (guitarra) e Bruno Rodriguez (teclado), que assinam os arranjos das músicas.

O figurino é assinado por Andiy, Eric Lima e Francis Madson. A equipe conta ainda com Daphne Pompeu na dramaturgia, junto a Eric Lima e Taciano Soares, Emily Danali e Lacruz na assistência de produção, Lore Cavalcanti e Paulo Martins na iluminação, e Manuella Barros na assessoria de imprensa.

O projeto é realizado pelo Ateliê 23, com apoio do Itaú Cultural (por meio do Programa Rumos), do Governo do Amazonas (via Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e do Ministério da Cultura (via Fundação Nacional de Artes – Funarte).

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